O BCWS está de volta após a pequena parada de fim de ano.
Equipe descansada, refeita, pronta para outra — ou para outro ano,
melhor dizendo. Como sempre, todos experimentamos o que alguém já
definiu pela iniciais TIA, de Terror de Início de Ano — de aumentos de
preços e de despesas.
O estados vêm secos em cima dos proprietários de automóveis, com a
cobrança do IPVA, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores,
sucessor da TRU (Taxa Rodoviária Única), abolida por não ser possível o
mesmo imposto para dois assuntos — foi quando começou o pedágio.
Em dezembro começam a chegar os avisos de cobrança do IPVA, para que
ninguém esqueça... E tome “correção” do Imposto Territorial e Urbano
(IPTU), aumento de pedágios, as encadeadas mensalidades escolares, o
seguro obrigatório para danos pessoais causados por veículos automotores
(o famigerado DPVAT), previsão de inflação, o exemplo típico de desgraça
anunciada — gostaria de saber como é possível prevê-la. Parece mais “chutômetro”...
Só não se falou ainda em aumento de preço dos combustíveis, o que é
milagre em tempo de TIA.
Fora isso, esperemos que tudo melhore, que a atividade econômica cresça,
que voltem as contratações de empregados e o que o país amplie a base de
consumidores, este o grande truque. Como se sabe mas poucos se dão
conta, demitir veste um santo e despe outro: resolve o problema da
empresa mas realimenta a queda de vendas.
Para o automóvel e sua indústria, torçamos para que seja um ano melhor
que 2003 e pior que 2005, dentro do mais puro espírito otimista. Estamos
em ano par e portanto teremos o Salão do Automóvel de São Paulo, a festa
de gala da indústria automobilística conhecida por mexer no coração dos
consumidores, o que sempre acaba resultando em mais vendas.
Que os fabricantes se lembrem do espírito de Henry Ford, que em meio a
uma recessão das mais sérias, nos Estados Unidos do início da década de
1930, lançou um modelo com atraente motor, o V8, salvando sua empresa da
insolvência. Qualidade sempre vendeu e sempre venderá. Como dizia o
pioneiro da produção em grande volume, “A lista dos que desistiram é
muito maior que a dos que fracassaram”.
Esperemos que o Brasil se torne auto-suficiente em petróleo para não
depender, por pouco que seja, do produto vindo do Oriente Médio — cujos
problemas estão longe de terminar —, e que os produtores de álcool
saibam se comportar, refreando-se de impor aumentos infundados e se
esforçando para que o produto não falte nas bombas.
Portanto, leitores e leitoras, vamos juntos para mais um ano,
interagindo o mais possível, de maneira a entendermos e curtirmos cada
vez essa máquina que tanto admiramos e da qual nossas vidas tanto
dependem.
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