Há pouco menos de um
mês, um leitor de Belo Horizonte enviou-me a reprodução de uma coluna
publicada em jornal da capital mineira. A razão era a extrema semelhança
entre o texto e um de meus editoriais, o da edição nº.
163, referente ao crescimento dos motores entre 1,25 e 1,4 litro no
mercado. Embora não se tratasse de cópia fiel, a coluna incluía até
mesmo a menção ao peso do Fiesta 1,0, de 1.032 kg — nem um simples
exemplo havia sido substituído para disfarçar.
Práticas como essa têm sido comuns nestes mais de seis anos do BCWS.
Assim como crianças que copiavam enciclopédias para trabalhos escolares
hoje se limitam a imprimir o que encontram na internet, há jornalistas —
ou produtores de páginas pessoais — que resolvem sua falta de capacidade
ou a preguiça de produzir conteúdo à base do conhecido ritual "Ctrl+A,
Ctrl+C, Ctrl+V". Isto é, os comandos de selecionar todo o texto,
copiá-lo e colá-lo em outro aplicativo.
No caso de páginas pessoais, muitas vezes a cópia é um reconhecimento do
conteúdo do BCWS como o melhor disponível sobre aquele assunto.
Não raro, o responsável nem conhece a legislação de direitos autorais e
imagina que pode disponibilizar a leitura a seus visitantes, sem
autorizações, créditos ou pagamentos. Em outros, porém, existe evidente
má fé, como nas reproduções por órgãos de imprensa.
Em qualquer caso, ao tomarmos ciência da cópia, solicitamos a remoção do
conteúdo. Se necessário, passamos a questão ao Departamento Jurídico do
UOL, com o qual o site mantém parceria. Também costumamos sugerir que a
página crie um link (caminho eletrônico) para nosso artigo, de modo a
transmitir a informação a seus leitores sem efetuar a cópia ilegal.
Recentemente, uma dessas páginas chegou a se intitular "Autoridade em
automóvel" — o mote do BCWS — e a realizar uma eleição dos
melhores carros paralela à nossa, com candidatos e categorias idênticos.
Orientado a respeito, o autor retirou o mote e a eleição do ar.
Por tudo isso é que adotamos, desde setembro último, um código que
impede a seleção de texto. Não impede em absoluto a cópia, sabemos
disso, por haver meios de contorná-lo. Mas o objetivo de inibir e
dificultar o delito — tal e qual o proprietário de automóvel que instala
uma trava no volante ou na alavanca de câmbio — tem sido atingido. A
freqüência com que temos encontrado cópias não-autorizadas diminuiu e,
quando elas aparecem, são de páginas não protegidas pelo código (como a
da eleição) ou casos de textos simplesmente reescritos, como o do jornal
mineiro.
Alguns leitores têm reclamado da dificuldade que isso criou. Há quem
goste de arquivar os textos em aplicativos como o Word ou deseje
selecionar um trecho para enviar a um amigo — em vez de toda a página,
como permite o sistema de envio que adotamos há pouco. Esperamos que os
leitores compreendam nosso intuito de combater a cópia não-autorizada,
proibida por lei mas um tanto arraigada em muitos.
Tem seus inconvenientes, mas guerra é guerra.
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