Guerra é guerra

Como o conteúdo do BCWS tem sido alvo freqüente
de plagiadores e as ferramentas para os combater

por Fabrício Samahá

Fabrício Samahá, editorHá pouco menos de um mês, um leitor de Belo Horizonte enviou-me a reprodução de uma coluna publicada em jornal da capital mineira. A razão era a extrema semelhança entre o texto e um de meus editoriais, o da edição nº. 163, referente ao crescimento dos motores entre 1,25 e 1,4 litro no mercado. Embora não se tratasse de cópia fiel, a coluna incluía até mesmo a menção ao peso do Fiesta 1,0, de 1.032 kg — nem um simples exemplo havia sido substituído para disfarçar.

Práticas como essa têm sido comuns nestes mais de seis anos do BCWS. Assim como crianças que copiavam enciclopédias para trabalhos escolares hoje se limitam a imprimir o que encontram na internet, há jornalistas — ou produtores de páginas pessoais — que resolvem sua falta de capacidade ou a preguiça de produzir conteúdo à base do conhecido ritual "Ctrl+A, Ctrl+C, Ctrl+V". Isto é, os comandos de selecionar todo o texto, copiá-lo e colá-lo em outro aplicativo.

No caso de páginas pessoais, muitas vezes a cópia é um reconhecimento do conteúdo do BCWS como o melhor disponível sobre aquele assunto. Não raro, o responsável nem conhece a legislação de direitos autorais e imagina que pode disponibilizar a leitura a seus visitantes, sem autorizações, créditos ou pagamentos. Em outros, porém, existe evidente má fé, como nas reproduções por órgãos de imprensa.

Em qualquer caso, ao tomarmos ciência da cópia, solicitamos a remoção do conteúdo. Se necessário, passamos a questão ao Departamento Jurídico do UOL, com o qual o site mantém parceria. Também costumamos sugerir que a página crie um link (caminho eletrônico) para nosso artigo, de modo a transmitir a informação a seus leitores sem efetuar a cópia ilegal.

Recentemente, uma dessas páginas chegou a se intitular "Autoridade em automóvel" — o mote do BCWS — e a realizar uma eleição dos melhores carros paralela à nossa, com candidatos e categorias idênticos. Orientado a respeito, o autor retirou o mote e a eleição do ar.

Por tudo isso é que adotamos, desde setembro último, um código que impede a seleção de texto. Não impede em absoluto a cópia, sabemos disso, por haver meios de contorná-lo. Mas o objetivo de inibir e dificultar o delito — tal e qual o proprietário de automóvel que instala uma trava no volante ou na alavanca de câmbio — tem sido atingido. A freqüência com que temos encontrado cópias não-autorizadas diminuiu e, quando elas aparecem, são de páginas não protegidas pelo código (como a da eleição) ou casos de textos simplesmente reescritos, como o do jornal mineiro.

Alguns leitores têm reclamado da dificuldade que isso criou. Há quem goste de arquivar os textos em aplicativos como o Word ou deseje selecionar um trecho para enviar a um amigo — em vez de toda a página, como permite o sistema de envio que adotamos há pouco. Esperamos que os leitores compreendam nosso intuito de combater a cópia não-autorizada, proibida por lei mas um tanto arraigada em muitos.

Tem seus inconvenientes, mas guerra é guerra.

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Data de publicação: 7/2/04

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