Toyota Hilux SR5 4x4 é robusto e valente no fora-de-estrada, mas o motor diesel de 77 cv... |
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Transportar cinco adultos ou até uma
tonelada de carga num comprimento menor que o de um Omega,
por praticamente qualquer tipo de terreno e com grande
confiabilidade: essa é a proposta a que melhor se aplica
o pickup Hilux SR5 4x4, da Toyota, com cabine dupla e
motor diesel aspirado de 2,8 litros, que o Best Cars
Web Site avaliou por cerca de 800 km. Herdeiro dos jipes Bandeirante,
o Hilux demonstra O Hilux SR5,
topo de linha, vem com pacote de equipamentos de série
interessante: direção assistida, ar-condicionado, rádio/toca-fitas,
travas e vidros elétricos (com função um-toque para a
descida do motorista), faixa degradê no pára-brisa e
volante regulável. Como todos os Hilux, vem da Argentina
e por isso está isento de imposto de importação, mas não
das oscilações do dólar. O preço de R$ 45.111 está
abaixo do Nissan Frontier (leia avaliação), mas supera S10 e Ranger de
configuração equivalente, que oferecem maior potência
e mais conforto. |
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Simplicidade com
qualidade parece ser o lema do interior do Hilux. O
acabamento é modesto mas bem-feito, com assoalho
carpetado (um inconveniente no fora-de-estrada), bancos
individuais reclináveis e revestimento em tecido. A posição
de dirigir é boa, o volante regulável e os pedais
relativamente leves. O apoio de braço dianteiro traz um
amplo porta-objetos com dois compartimentos. Já o banco
traseiro, baixo e vertical, deixa os passageiros sem
apoio nas coxas e não traz encostos de cabeça, um risco
pela proximidade do vidro -- além da incômoda exposição
aos raios solares. Como o Código de Trânsito só os
tornou obrigatórios em novos projetos, caberia ao
fabricante rever essa questão de segurança. Alguns detalhes cativam, como luzes de cortesia nas quatro portas (há quanto tempo você não as via?), marcador de combustível sempre ligado, abertura completa das janelas traseiras e amplos retrovisores externos convexos -- já o interno é pequeno e não mostra todo o vidro traseiro. Em contrapartida, o pickup fica devendo a função uma-varrida do limpador de pára-brisa, ajuste interno dos retrovisores (é preciso pôr a mão para fora e pedir ajuda no caso do direito), ajuste de altura dos cintos e alarme antifurto. O rádio/toca-fitas Alpine conta com apenas dois falantes, de qualidade sofrível, e fica distante das mãos do motorista. A caçamba deveria ser protegida
por ripas de madeira Bastante reduzida pela cabine dupla, já que o comprimento total do veículo não se altera (na verdade é 5 mm menor), a caçamba deveria contar com ripas de madeira ou revestimento plástico para preservar a pintura. Falta também grade protetora no vidro traseiro. O estepe fica embaixo dela e, por falar em pneus, bicos mais expostos facilitariam a calibragem de todos eles. Desempenho insuficiente A exemplo das outras marcas nipônicas, a Toyota insiste em motores diesel de aspiração natural como única opção para seus pickups. Enquanto no utilitário SW4 se pode escolher entre um 3-litros turbodiesel de 116 cv, um 2,7 a gasolina de 152 cv e um V6 3,4 de 186 cv, no pickup Hilux permanece apenas o aspirado de 2,8 litros, comando no cabeçote e parcos 77 cv. Embora de geração recente, com potência máxima em regime de 3.800 rpm, o motor simplesmente não consegue acompanhar a concorrência ou oferecer um desempenho aceitável no dia-a-dia. |
O conveniente porta-objetos de dois compartimentos contrasta com o incômodo acionamento da roda-livre nos cubos dianteiros |
As respostas são lentas,
a velocidade máxima fica em torno de 135 km/h e viajar
por asfalto torna-se desconfortável pela alta rotação
imposta (mais de 3.000 giros a 100 km/h). É preciso
considerar o limite de velocidade de 120 km/h vigente
hoje em diversas estradas. A marca deveria, como
sugerimos à Nissan na avaliação do Frontier de 103 cv,
providenciar a instalação de um turbocompressor no
Brasil ou na Argentina, para não considerar a montagem
do mesmo turbodiesel do SW4. Como está, o pickup Toyota
só supera em potência o jurássico Peugeot 504, de 70
cv, o que está longe de ser um mérito. A transmissão funcionou corretamente durante os testes. O câmbio tem engates corretos e ré de fácil engate, como uma sexta marcha. O sistema de alavanca no assoalho para comandar a tração integral (a qualquer velocidade) e a caixa de redução (só parado) não incomoda, e garante maior confiabilidade que os controles elétricos utilizados pelo Ranger e S10. Contudo, não mais se justificam as rodas-livres dianteiras não-automáticas, que exigem desconfortável ajuste nos cubos pelo motorista. Se este se esquecer de acionar os cubos antes de sair do asfalto, terá de descer (e se sujar bastante) para ligá-los no meio de um atoleiro. Se mantiver as rodas sempre "presas", aumentam o atrito e desgaste dos componentes de transmissão, ruído e consumo de combustível. Sistemas automáticos deveriam ser de série em qualquer 4x4 de hoje. Suspensão melhorou desde os
primeiros modelos, mas em Os atuais Hilux utilizam
suspensão dianteira independente com braços duplos,
muito superior -- em conforto e comportamento dinâmico
-- ao eixo rígido empregado nos primeiros modelos
importados. Só que obter conforto de um veículo 4x4
apto a transportar 1.000 kg não é fácil, e o pickup
comprova isso. É bastante duro (sobretudo a traseira) em
qualquer situação, demandando cautela em curvas de piso
irregular, valetas e lombadas. No fora-de-estrada revela
robustez e bom vão livre do solo, 22 cm, mas deveria
haver gancho de reboque também atrás. Os pneus têm
desenho misto cidade/campo e podem ser substituídos para
emprego exclusivo na zona rural. |
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