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Com distância entre eixos na média do segmento, 2,7 metros, o sedã da Ford oferece bom espaço para as pernas mas apenas razoável para as cabeças de quem viaja atrás. Em contrapartida, o banco traseiro bem conformado acomoda três pessoas com conforto e a densidade firme da espuma cansa menos em viagens. Retrovisor esquerdo convexo propicia ampla visão, mas os encostos de cabeça cheios a dificultam um pouco para trás.

Espaço interno está adequado ao porte do carro, mas algumas falhas de acabamento não se justificam

Algumas carências se mantêm desde o projeto original (1993): faltam hodômetros digitais, lingueta para abertura mais prática da capô e molas a gás para sua sustentação; as dobradiças tomam espaço do porta-malas quando fechado (ainda assim cabem 470 litros, segundo a Ford) e o banco traseiro só pode ser basculado após liberação de travas no próprio porta-malas. O som ao fechar uma porta transmite solidez, mas foi detectado ruído numa delas em velocidade. O estepe, com roda de aço e pneu mais estreito que os demais, não deve ser utilizado a mais de 80 km/h. Retrovisor interno fotocrômico, pára-brisa com faixa degradê e temporizador dos controles elétricos dos vidros são faltas injustificáveis nessa classe.

Desempenho à vontade

Não é difícil esquecer essas falhas ao dar partida no moderno V6 de 2,5 litros e 24 válvulas, todo em alumínio (saiba mais sobre técnica) e capaz de 170 cv. O ronco suave e agradável antecipa a disposição do novo motor, impressão acentuada pelo acelerador bem leve e um câmbio automático adaptativo que, mesmo em programa econômico -- há também o esportivo, mas não o de inverno --, reduz marchas rapidamente à menor solicitação. Essa característica, que o sistema eletrônico tende a suavizar ao detectar um estilo de direção mais comportado, traz benefícios em agilidade mas cobra seu preço no consumo.

O que o câmbio automático do Mondeo deve aos mais modernos (sem falar nos de operação também manual, como o Tiptronic) é a lógica avançada ou fuzzy logic, que evitaria a passagem imediata a uma marcha superior ao se aliviar o acelerador em subidas ou descidas. Em contrapartida, os que optarem pelo câmbio manual -- poucos, de acordo com a Ford -- terão sistema de engate por cabos, marcha a ré sincronizada (pode ser engatada ainda em movimento) e desempenho bastante superior: 224 km/h de velocidade máxima e 8,3 segundos de 0 a 100 km/h, contra 210 km/h e 10,5 segundos do automático.

Mondeo tem bom espaço para bagagem; contudo, o banco traseiro só rebate após destravamento por dentro do porta-malas

Redimensionados para o V6 (saiba mais), os freios são muito eficientes e tanto o controle de tração quanto a quarta marcha -- overdrive, marcha longa para baixas rotações -- podem ser desligados para uma pilotagem esportiva. E é tomando as curvas como num esportivo que o motorista do Ghia V6 extrairá uma das grandes virtudes do carro: a aderência proporcionada pelos pneus 205/50, muito superior ao que se costuma encontrar na categoria.

A Ford optou por uma medida que encarece a reposição, expõe mais as rodas -- e as próprias paredes laterais dos pneus -- a danos e amplia a transmissão de impactos e vibrações ao veículo, razões para outras marcas adotarem série 55 ou superior no Brasil. Além disso, torna a suspensão mais barulhenta em piso irregular e direção mais pesada em manobras do que seria desejável. Em termos de comportamento dinâmico, porém, foi uma medida acertada.

Câmbio automático ágil nas reduções e estabilidade das melhores adicionam esportividade ao sedã de luxo da Ford

Foram quase cinco anos de espera desde seu lançamento na Europa, em junho de 1994, mas a versão V6 do Mondeo traz um pacote que -- aliado à ampla rede de assistência e boa reputação do modelo no mercado -- deve fazer adeptos. O preço de R$ 67.397 com câmbio automático, em pacote fechado sem outros opcionais (veja abaixo), está bem inserido entre Laguna, 406, Passat e Xantia V6, seus mais diretos adversários. A Ford está sem um carro grande desde a suspensão da importação do Taurus, mas tem agora um modelo de prestígio e com fortes qualidades na classe executiva.
Equipamentos de série e opcionais
Acionamento elétrico dos vidros D / T S/S   Faróis de neblina S
Ajuste de altura dos bancos E / D S/ND   Freios antitravamento (ABS) S
Ajuste de apoio lombar dos bancos E / D S/S   Imobilizador de motor S
Ajuste do volante em altura / profundidade S/S   Limpador/lavador traseiro NA
Ajuste elétrico dos retrovisores E / D S/S   Luzes de leitura D / T S/S
Alarme antifurto / ultrassom / controle a distância S   Luz traseira de neblina S
Aquecimento S   Manômetro de óleo / voltímetro ND
Ar-condicionado / controle automático S/S   Rádio/toca-fitas ND
Bancos / volante em couro S/S   Rádio/toca-CD S
Bolsa inflável E / D / laterais S/S/ND   Relógio S
Câmbio automático O   Repetidoras laterais de direção S
Comando interno do porta-malas ND   Rodas de alumínio S
Computador de bordo S   Terceira luz de freio S
Conta-giros S   Teto solar / comando elétrico S/S
Controle automático de velocidade S   Travamento central S
Controle de tração S   Vidros verdes S
Direção assistida S      

Convenções: S = de série; O = opcional; ND = não disponível; NA = não-aplicável; E / D = esquerdo / direito; D / T = dianteiro / traseiro

 
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