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Na traseira ficava o motor Fichtel & Sachs, de um cilindro e dois tempos, refrigerado a ar, com 175 cm3 e 9 cv de potência, transmitidos por uma corrente à roda traseira. O câmbio era manual de quatro marchas e a embreagem tinha acionamento por manete. As primeiras unidades usavam partida a pedal e, como em outros veículos do gênero, não havia marcha à ré.

Carro ou motoneta? O interior de um KR 200 exibe sua peculiar disposição de assentos, o painel essencial e o volante, ou guidão, que não esconde a origem aeronáutica da marca

Um modelo com motor de 197 cm3 e 10 cv, o KR 200, era lançado em 1955. Além do melhor desempenho (máxima de 90 km/h), trazia pára-brisa envolvente com limpadores elétricos (no 175 eram manuais), amortecedores hidráulicos, bitola dianteira mais larga, pedal de embreagem e um sistema curioso de marcha à ré: o motor era desligado e, por um comando no interruptor de ignição, passava a funcionar ao contrário, aproveitando essa característica de qualquer motor de dois tempos simples. Assim, tinha-se quatro marchas à frente e quatro para trás!

Em 1957 Willy Messerschmitt retomava a produção de aviões, novamente autorizada e sem dúvida mais lucrativa que a de minicarros, vendendo para Fritz Fend a unidade fabril. Este mudava o nome da empresa para FMR, Fahrzeug und Maschinenbau Regensburg ou Engenharia Mecânica e de Veículos de Regensburg. Apenas o KR 200 permanecia em linha, renomeado KR 201.

Com o pequeno motor de 197 cm3 e 10 cv de potência, abastecimentos eram raros para o Messerschmitt KR 200. Aqui é mostrada a versão Kabrio, com capota de lona em vez da cobertura plástica

No final do ano chegava o TG 500, com quatro rodas e motor Sachs de 500 cm3 e 19 cv de potência, ainda dois-tempos. Conhecido como Tiger, nome que acabou não sendo usado por pertencer a terceiros, atingia 125 km/h e acelerava de 0 a 100 em 25 segundos. Embora fosse um interessante carro esporte, custava o dobro do FR 201, para o que contribuía a ausência do benefício tributário aos veículos de três rodas. Isso o levava a competir em preço com carros maiores e mais potentes, como o Austin-Healey Sprite. Em 1961 deixava de ser produzido, enquanto o FR 201 continuava.

Deste foram desenvolvidas duas versões conversíveis: o Kabrio, com uma pequena capota de lona, e o Roadster, sem janelas laterais. A empresa parecia buscar um segmento mais voltado ao lazer e à esportividade, para compensar o declínio nas vendas em uma época de melhor economia para a Europa. Um modelo de 13 cv até estabeleceu o recorde mundial de velocidade para veículos de até 250 cm3.

Mais convencional com suas quatro rodas e o motor de 500 cm3, o TG 500 -- ou Tiger -- não fez o mesmo sucesso: custava o mesmo que carros esporte mais potentes

Três anos depois a produção dos Messerschmitts era encerrada, com um total de cerca de 20 mil unidades do KR 175, 21 mil do KR 200/201 e menos de mil do TG 500. Alguns aparecem em encontros de carros antigos, inclusive no Brasil, gerando grande curiosidade. E ainda é possível comprar um zero-quilômetro -- uma réplica, claro: a Tri Tech fabrica em Preston, na Inglaterra, o Schmitt KR, com motores de motos Honda de 250 e 400 cm3.

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