O favorito da realeza

O Rover 3 Litre Mk 1, ou simplesmente P5, conquistou
nobres adeptos com seu conforto e estilo clássico

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Na Grã-Bretanha, no condado de Warwickshire, a Rover Co. Ltd sempre se destacou pela fabricação de modelos de qualidade, clássicos, robustos e muito bem acabados. A produção do utilitário Land Rover, na década de 50, ia muito bem. O jipe fazia muito sucesso em todo o mundo e, por causa disso, não havia espaço disponível nas instalações fabris para a produção de um novo modelo. Além do Land, era produzido também o sedã médio P4 110.

Em 1954, porém, eram feitos os primeiros desenhos de um sedã maior que o P4, um saloon, como dizem os ingleses. Seria o primeiro automóvel com estrutura monobloco feito pela Rover. Para ele foi elaborado e testado um motor V6. Só que nos testes não se saiu bem, e optou-se por elevar a cilindrada do seis-cilindros em linha usado no P4, de 2,6 para 3,0 litros, e colocar um virabrequim apoiado em sete mancais.

Aparência refinada, engenharia tradicional: a apresentação do P5 apontava uma combinação que, associada ao luxo e ao conforto, logo o tornou o preferido pela família real britânica

Em setembro de 1958, no Salão de Londres, era apresentado o Rover 3 Litre Mk 1. O belo carro sempre ficou conhecido como P5, em referência a Project 5, projeto 5. O sedã de quatro portas e três volumes tinha uma carroceria clássica e bonita. Nada revolucionária, mas de acordo com seu tempo.

Na frente, uma imponente grade com frisos verticais cromados. Faróis circulares, outros dois pequenos no vinco dos pára-lamas dianteiros e, abaixo destes, pequenas luzes de direção. A lateral, com linhas retas e o teto curvo, exibia vidros laterais com boa visibilidade. Detalhe charmoso era o bocal do tanque cromado, sobre o principio do pára-lama traseiro esquerdo. O carro tinha um conjunto harmônico e bonito.

O motor inicial era um Rover de seis cilindros, 3,0 litros e 115 cv, substituído em 1967 por um V8 da Buick, de 3,5 litros e 160 cv

Em 1959 começava a ser vendido para os britânicos e para a Europa. E agradou muito à classe média-alta. Seu motor desenvolvia 115 cv a 4.250 rpm, com taxa de compressão de 8,75:1, um carburador SU em posição horizontal, bloco em ferro fundido e cabeçote em alumínio. As câmaras de combustão eram hemisféricas, mas com válvulas de admissão no cabeçote e de escapamento laterais, uma combinação rara.

A caixa de câmbio possuía quatro marchas e alavanca na coluna de direção, sendo que a primeira não era sincronizada. Tinha, como opção, o overdrive Laycock de Normanville ou a caixa automática da marca Borg Warner. A tração era traseira. Atingia velocidade final de 175 km/h, na versão manual, e 170 km/h na automática. Ótimo desempenho para um automóvel de 4,74 metros de comprimento e 1.650 kg de peso. Continua

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Data de publicação: 19/8/03

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