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Com um só rotor e 50 cv de potência, o pequeno Spider chegava a 150 km/h; foi o pioneiro do motor Wankel no mundo
O Spider chegou no Salão de Frankfurt de 1963. O primeiro automóvel do mundo com motor Wankel era um conversível bastante pequeno, de 3,58 metros de comprimento e 700 kg. O motor de um só rotor de 497 cm3 desenvolvia potência de 50 cv a 5.000 rpm (mais tarde 54 cv a 6.000 rpm) e torque de 7,8 m.kgf a 3.500 rpm, com montagem na parte inferior do porta-malas traseiro.

Competia com o Austin Healey Sprite, equivalendo-se a ele em velocidade máxima (152 km/h), e o Fiat 850 Spider, embora 16% mais caro que o carro italiano. Versões preparadas do NSU, com cerca de 65 cv, foram bem-sucedidas em ralis e provas de subida de montanha. Uma delas, a de Siegfried Spieß, atingia espantosos 100 cv a 11.000 rpm e exigia protetores nos ouvidos, de tão ruidoso era o motor. Durante três anos, 2.375 unidades foram produzidas, e ainda hoje há clubes especializados no conversível pela Europa.

Frente baixa, ampla área envidraçada, ótimo Cx de 0,355: além do desenho avançado, o Ro80 tinha freios a disco e suspensão independente na frente e atrás

O avançado Ro80   A NSU queria empregar o motor rotativo em um carro maior, um sedã médio avançado e aerodinâmico. Em agosto de 1961 começavam os estudos que resultariam no Ro80, lançado no Salão de Frankfurt de 1967. O carro surpreendeu. As linhas eram modernas, arredondadas e elegantes, com a frente baixa, ampla área envidraçada e um coeficiente aerodinâmico (Cx) excepcional para a época, 0,355 (contudo, chegava a 0,39 com pneus mais largos e tomadas de ar). Não é difícil ver nele semelhanças com os Audis de décadas seguintes.

Trazia tração dianteira, câmbio semi-automático de três marchas com conversor de torque, suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas com duplo circuito. O entreeixos era grande, 2,86 metros para um comprimento de 4,78 metros. A estabilidade bastante boa permitia usar com entusiasmo sua potência.
Uma das novidades era o câmbio semi-automático, com alavanca convencional, conversor de torque e sem pedal de embreagem
O motor de dois rotores de 497 cm3 cada (embora resultassem em um litro de cilindrada, costuma-se duplicá-la para efeitos comparativos com motores a pistão) desenvolvia 115 cv líquidos a 5.500 rpm e torque máximo de 15,5 m.kgf a 4.500 rpm. Apesar de pesado -- 1.340 kg --, chegava a bons 180 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 12,8 s.

Problemas de confiabilidade ajudaram a acabar com o Ro80. Além do alto consumo, o Wankel apresentava desgaste prematuro da vedação dos rotores, o que gerava perdas graduais de desempenho e exigia ampla reforma do motor em intervalos curtos, como 50 mil km. O sedã teve 33.900 unidades produzidas até 1977 (há fontes que chegam a afirmar 47.400 exemplares).

O motor de 115 cv podia ser bem explorado em função da ótima estabilidade do Ro80, que durou até 1977, mas não teve sucessor

Um sucessor de três rotores vinha sendo desenvolvido desde 1969, mas na época a NSU foi absorvida pela Volkswagen/Audi. O conservadorismo do grupo e pressões financeiras levaram ao arquivamento do projeto e a fábrica do Ro80 foi convertida para fabricação do Porsche 924. A unidade da NSU em Neckarsulm é hoje um dos maiores museus de motocicletas do mundo.

Era o fim para os carros NSU com motor rotativo, tecnologia que sobreviveria até nossos dias pelas mãos da japonesa Mazda.

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