A carroceria de Pininfarina se destacava pela traseira curta e o longo capô. A lateral dianteira trazia um ressalto em forma de lança, com três entradas de ar retangulares. Meses após o lançamento, a Maserati introduziu novos faróis e janelas laterais, que melhoraram bastante o estilo esquisito inicial. Uma versão spider (pequeno conversível) seria apresentada do Salão de Turim seguinte, mas só duas foram fabricadas. Ao todo, apenas 61 desses veículos artesanais seriam produzidos até 1950.

Um belo cupê de competição A6GCS/53 Pininfarina, de 1953, leiloado pela empresa Bonhams

Em 1951 surgia o A6G, segunda geração com motor ampliado para 1.954 cm³ e os três carburadores Weber 36 DO4 de série. Era a versão de rua do A6GCS, campeão em 1948 da categoria 2.000 cm³ no Campeonato Italiano com Giovanni Bracco. O motor de liga leve era menor que o original (1.979 cm³) na cilindrada e tinha taxa de compressão de 7,8:1. Com duplo comando de válvulas, rendia 100 cv a 5.500 rpm e o carro alcançava entre 160 a 180 km/h, dependendo da regulagem do motor e carroceria.

O desenho das 16 unidades do A6G fabricadas em três anos foi dividido entre Pininfarina, com quatro cupês fastback de elevada linha da cintura; Pietro Frua, com cinco conversíveis e um cupê; além de outro cupê assinado por Alfredo Vignale. Se a variedade marcava essa geração, a seguinte primava pela beleza e esportividade, dignas dos melhores carros europeus. O A6G/54 exibia orgulhoso o prestigiado logotipo em forma de tridente num tamanho que chamava a atenção.

A tecnologia dos motores Maserati surpreendia para seu tempo: bloco e cabeçote em liga leve, duplo comando de válvulas e, em 1956, duas velas por cilindro

Mesmo com cantos bem arredondados, a linha das janelas laterais traseiras continuava na do vidro de trás. Com 4,09 m de comprimento e 2,5 m entre eixos, pesava 840 kg. O construtor de carrocerias Serafino Allemano, de Turim, foi o responsável por 21 sofisticados cupês de quatro lugares e teto alto, os 2000 Berlina. Seis cupês de teto rebaixado foram obra de Pietro Frua, também autor de 11 conversíveis para dois passageiros. Esses modelos eram identificados como 2000 Sport.

Mais que a estética privilegiada, o A6G/54 contava também com um novo motor. Como de costume, o novo seis-cilindros de 1.985 cm³, curso curto e compressão de 8:1 era derivado de modelos para as pistas, o A6GCS e o A6GCM da Fórmula 2. Novamente tinha comando duplo de válvulas e três carburadores. Já eram 150 cv a 6.000 rpm, 50% a mais que a versão anterior, o que levava o GT a cerca de 185 km/h. O sistema de ignição com duas velas por cilindro, de 1956, ainda aumentou esse número em 10 cv. A suspensão dianteira era por braços sobrepostos.

O A6G/54: linhas harmoniosas e motor de 2,0 litros com 150 cv, com o tridente da marca em evidência na grade

A vitória do A6 na classe 2,0-litros do campeonato italiano de GT em 1956, sobre o Fiat 8V com carroceria Zagato, fechou com chave de ouro a história desse pioneiro italiano. Tal mérito coube ao A6G/54-2000, versão para corridas em circuitos fechados ou de rua. Espartano e com teto bem baixo, levava dois ocupantes. Foram 20 cupês — um até com teto de bolha dupla — e um spider. Chegava a 210 km/h.

Em 1957 se encerrava a carreira do A6. Com boas vendas e celebridades entre seus proprietários, o 3500 GT dava sólida continuidade a esse belo exemplo do que a Maserati era capaz de fazer para as ruas e, felizmente, ainda faria por muito tempo.

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Fotos do A6GCS/53: © Copyright Bonhams.com

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