O motor do Lambda era também peculiar: tinha quatro cilindros em "V" de ângulo estreito, bloco de alumínio, comando de válvulas no cabeçote e trabalhava em rotações acima da média da época. De início eram 2.119 cm³ de cilindrada (75 x 120 mm) e potência máxima de 49 cv (líquidos) a 3.250 rpm. O câmbio era de três marchas, com tração traseira, e os freios a tambor tinham acionamento mecânico e atuavam nas quatro rodas, o que era raro. A velocidade máxima ficava em torno de 110 km/h.

A versão conversível, denominada Torpedo, evidenciava a altura reduzida do Lambda, que teve motores de 49 a 69 cv durante os nove anos de produção

O advento do monobloco tornou difícil a tarefa dos "encarroçadores", que produziam carrocerias especiais, ao gosto do cliente, para os chassis dos fabricantes. O Lambda tinha a carroceria feita pela própria Lancia — alguns, porém, tentaram modificá-la. Essa dificuldade levou a marca a retornar ao chassi separado no modelo Dilambda, em um clássico caso de solução à frente de seu tempo.

O Lambda sofreu diversas evoluções durante seus nove anos de vida. Nas quatro primeiras séries houve aprimoramentos no sistema elétrico, nos pistões e novo desenho para o pára-brisa. A quinta série ganhava câmbio de quatro marchas, e a sexta, maior distância entre eixos (de 3,10 metros passava a 3,42 m), além de ser oferecida como chassi sem carroceria, para os encarroçadores. As últimas séries incluíram a versão Torpedo, conversível. O peso ficava entre 1.050 e 1.100 kg conforme o modelo.

Uma das primazias do modelo, o monobloco foi abandonado em seus sucessores por dificultar a produção de carrocerias especiais

Na sétima série o motor passava a 2.370 cm³ (79,3 x 120 mm) e à potência de 59 cv às mesmas 3.250 rpm, mudança seguida de novo aumento de potência na oitava: agora eram 2.568 cm³ (82,5 x 120 mm) e 69 cv a um regime mais alto, 3.500 rpm, suficientes para chegar a 125 km/h.

Bons desempenho e estabilidade o levaram ao êxito em competições, tanto em circuitos quanto em subidas de montanha. A Lancia chegou a construir versões especiais, com menor entreeixos e mecânica preparada, para correr a famosa Mille Miglia italiana, chegando em quarto lugar em 1927 e em terceiro em 1928 — ano em que outro Lambda liderava até sofrer um acidente.

A distância entre eixos passou de 3,10 para 3,42 metros na sexta geração, levando a Lancia a sua redução nas versões que competiram na Mille Miglia

A nona série foi a última, tendo a produção encerrada em 1931, após cerca de 13 mil unidades. Cedeu o lugar aos modelos Artena, também com motor V4, e Astura, com um V8 — ambos com chassi separado. O monobloco voltaria à cena apenas em 1936, com o Aprilia. Mesmo tendo sua principal solução técnica abandonada, o Lambda teve uma contribuição decisiva para firmar a imagem de inovação e refinamento que marcaria a Lancia por muito tempo.

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