Como o 402, o Zephyr se assemelhava muito ao Airflow. A maior diferença estava no capô reto. Tinha estrutura monobloco e era o primeiro Ford com teto todo em aço. Lembrava muito o Volkswagen Sedan — até motor traseiro foi cogitado. Na versão final para produção prevaleceu o V12 dianteiro de 4,4 litros (267 pol³) com válvulas laterais e componentes do Ford V8. Eram 110 cv de potência a 3.900 rpm, contidos por freios mecânicos a tambor. A suspensão usava eixos rígidos e feixes de molas semi-elíticas. |
"O moderno 12 para o mundo moderno": na publicidade, o destaque ao motor V12 de 4,4 litros e 110 cv, com desempenho acima da média em sua faixa de preço |
Acelerava de 0 a 96
km/h em 14 segundos e atingia 145 km/h, marcas surpreendentes para a
época. Seus razoáveis 1.520 kg ajudavam. Não por acaso, os gângsteres
eram seus fãs e isso levou a polícia a adquirir seus próprios Zephyrs.
Mas se o V12 podia ser suave e silencioso, não primava pela
durabilidade. |
Suave e silencioso, o grande motor permitia máxima de 145 km/h e fez do Zephyr um dos carros preferidos dos gângsteres, levando a polícia a também adquirir os seus |
Os faróis passavam a
ser mais rentes aos pára-lamas e a imponente grade vertical de frisos
horizontais era trocada por uma mais baixa, dividida ao meio e com
frisos verticais. Os pára-lamas traziam uma quebra que rompia com o
formato de gota, mas até o quebra-vento era ovalado. Nessa época, os
carros americanos já estavam bem mais arredondados, diminuindo o
impacto do Zephyr. Isso incluía os recém-chegados modelos da Mercury,
marca intermediária entre a popular Ford e a sofisticada Lincoln. |
Em 1942, o desenho frontal do Zephyr se aproximava do Continental, em um estilo clássico que não mostrava a ousadia dos primeiros modelos |
Tinha capô alongado, 75
mm a menos no chassi, teto mais reto com coluna central e um charmoso
estepe traseiro exposto. Nascia o Continental, clássico criado a
partir de outro. Os endinheirados amigos de Edsel gostaram tanto do
carro que ele concluiu que poderia construir mil deles. No primeiro
ano-modelo, 1940, o Continental ainda era artesanal, com painéis
esculpidos a mão. O Zephyr também ganhava contornos mais retos nas
portas para aquele ano. O sedã de duas portas dava lugar ao Club
Coupé, de cinco lugares, e saía de cena também o sedã conversível. |
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