O esportivo com três corações

Vários motores de diferentes origens equiparam o
Facel-Vega Facellia, um pequeno e charmoso francês

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O empresário francês Jean Clément Daninos sempre foi um apaixonado por automóveis e um homem muito dinâmico. Pouco antes da Segunda Guerra Mundial, em 1937, fundou a Metallon para produzir peças em aço inoxidável. Um ano depois anexou a Skar sueca, que foi integrada à recém-criada Facel (Forges et Atelier de Constrution d'Eure-et-Loir).

Em 1954 o primeiro modelo da marca foi apresentado no Salão de Paris. Era o Facel-Vega HK 500, um cupê de linhas sofisticadas e dimensões generosas, bem ao estilo americano. Vega é o nome de um astro do sistema solar. Dois anos depois, no evento de Paris em outubro de 1956, outro belo carro de luxo era introduzido. O elegante sedã de quatro portas, sem a coluna central, chamava-se Facel-Vega Excellence.

Fosse na versão conversível (ao lado), a primeira a ser lançada, ou no cupê de quatro lugares (acima), o desenho do Facellia era atraente e elegante

Satisfeito com seus carros grandes, Daninos queria atacar outro nicho: um pequeno esportivo estava sendo planejado. Em toda a Europa faziam sucesso os modelos da MG, Alfa Romeo, Porsche e Triumph. Na França eram o DB e o Alpine. Em 1959 nascia o Facellia, nome que talvez fosse uma provocação a um futuro concorrente, o Lancia Aurelia. Era um elegante conversível com capota de lona, duas portas e quatro lugares, sendo um tanto justo para aqueles que viajavam atrás. O novo esportivo media 4,12 metros de comprimento e pesava 990 kg.

Na frente exibia quatro faróis circulares em posição vertical, sendo os inferiores de diâmetro menor. Completava uma bela grade dividida em três partes. Visto de perfil era muito elegante e parecia ser maior. Suas linhas tinham clara inspiração nos modelos grandes da companhia. Charmosa era uma chapa cromada, que ficava abaixo das portas e ia de um pára-lama ao outro. Obra do engenheiro Jacques Brasseur, misturava um desenho retilíneo e curvo. Apesar de moderno, não tinha nada de revolucionário.

O interior do modelo Facel III: painel e aro do volante de madeira, muitos instrumentos e o retrovisor interno logo acima, como em outros conversíveis da época

Debaixo do capô estava o motor Pont-à-Mousson, uma tradicional empresa do ramo metalúrgico francês. Numa de suas fundições era produzido o propulsor de quatro cilindros em linha, 1.646 cm³ e 115 cv a 6.400 rpm. O torque máximo era de 14,7 m.kgf a 3.900 rpm. Tinha o cabeçote em alumínio com câmeras hemisféricas, duplo comando de válvulas e um carburador Solex de corpo duplo em posição invertida. A caixa de câmbio tinha quatro marchas, todas sincronizadas, e a tração era traseira. A embreagem da marca Ferodo tinha comando hidráulico, um requinte. Fazia de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e atingia velocidade máxima de 185 km/h, ótima para o pequeno conversível. Continua

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Data de publicação: 7/12/04

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