
No curioso Bond Bug, a capota servia
de porta única

Para cargas leves: o pequeno
picape TW9 da Reliant


Com jeito de carro "normal", o
Robin (em cima) foi o maior sucesso e até resistiu a seu sucessor
Rialto


Um Robin de 1996 (azul), com a
frente renovada, e a série limitada que marcou seu encerramento em
2000 |
A
partir do Regal Mk IV (1958) as linhas estavam mais arredondadas,
havia vidros descendentes e sistema elétrico de 12 volts. O Mk V
(1960) ganhava teto rígido, um volume adicional na traseira e dois
limpadores de pára-brisa; no ano seguinte o Mk VI ampliava o espaço
para cabeça no banco de trás. No Regal 3/25 ou Mk VII, de 1962, uma
reestilização deixava as formas angulosas e havia opção entre sedã,
perua e picape.
Surgia também o motor Reliant de quatro cilindros, 600 cm³ e 25 cv, o
primeiro na Inglaterra com bloco de alumínio. Pouco depois chegavam o
Regal Super, com melhor acabamento, e o furgão, já na versão 3/30. O
motor seria ampliado para 700 cm³ em 1969. Um curioso picape de frente
chata, o TW9, era apresentado em 1967 com base na plataforma e na
mecânica do Regal 3/25. Mas atraente mesmo era o Bond Bug, mostrado em
1970: um carro esporte de dois lugares, perfil baixo e uma única
"porta" que incluía o capô, o pára-brisa e o teto. O motor era o mesmo
do Regal, de 700 cm³.
Em novembro de 1973 a Reliant colocava no mercado seu maior sucesso em
três rodas: o Robin, com três portas e quatro lugares, que chegava no
oportuno momento da crise do petróleo. Com linhas mais simpáticas que
as do Regal, conseguia média de 25 km/l com o novo motor de 750 cm³ e
32 cv de potência. O propulsor foi usado até 1975, quando estreava o
de 850 cm³ e 40 cv. O desempenho tornava-se bem razoável: máxima de
135 km/h e 0-100 km/h em 16 segundos, melhores que as de muitos
pequenos de quatro rodas. Estava disponível em versões Standard, Super
(com mais equipamentos), Estate (perua) e Van (furgão), estas com
traseira mais longa para ampliar o espaço de carga.
Em 1981 o Rialto — também de três rodas, com estilo mais atual — era
lançado para assumir o lugar do Robin. Só que a imagem do anterior
estava tão arraigada, a ponto de muitos se referirem a todo Reliant
como um Robin, que a empresa acabou por voltar a este nome em 1990 (o
Rialto permaneceu em linha até 1998). A nova década trazia à Reliant
dificuldades financeiras e trocas sucessivas de mãos. Em 1990 era
adquirida pela Beans Engineering, que em 1995 a entregava à Avonex
Group. Sem sanar os problemas, esta a vendia novamente a um consórcio
de investidores. Dessa vez a situação financeira recebia um alívio e,
em outubro de 1996, a fabricação do Robin era reiniciada. O Mk II
vinha como sedã, perua e furgão e trazia estilo renovado.
No final de 1998 a empresa deixava Tamworth para, em janeiro seguinte,
começar novas atividades em Burntwood, também na Inglaterra. Seguia-se
em fevereiro o lançamento de um novo Robin, em que os faróis ovalados
destoavam das formas quadradas e antigas da traseira. Mas tinha rodas
de alumínio (de 12 pol), faróis de neblina, rádio/toca-fitas e carpete
espesso no interior. A Reliant expandia sua oferta ao importar e
distribuir pequenos veículos como o microcarro francês Ligier e o
utilitário italiano Piaggio Ape.
Entretanto, em setembro de 2000 era anunciado o final da produção do
Robin. Para celebrar os 65 anos de veículos de três rodas era lançada
uma série especial de apenas 65 unidades, com acabamento em couro de
dois tons, carpete e console vermelhos, itens decorativos e plaqueta
numerada no painel. A última, pronta em 14 de fevereiro de 2001, foi o
prêmio de concurso do jornal The Sun, um prestígio merecido por
uma marca tão peculiar e persistente em suas convicções.
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