Por mais deslumbrante que fosse, o modelo da Auburn construiria sua fama com fibra de campeão. Wade Morton, chefe de testes da empresa, marcou 172,8 km/h com ele em Daytona. Para um teste de 24 horas na Atlantic City Speedway, manteve quase 136 km/h por 3.253 quilômetros. Coroando essa carreira de sucesso nas pistas, o piloto levou apenas 21min45s para quebrar o recorde na prestigiada subida de Pikes Peak entre carros originais — e ainda derrotar o arqui-rival Stutz. Tudo isso em 1928 — um belo começo! O melhor reflexo desses resultados foram os 22 mil Auburns vendidos em 1929, o ápice dos anos pré-Depressão. |
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O painel do Speedster: velocidade era o maior argumento desse Auburn, que em um teste manteve 136 km/h por mais de 3.200 quilômetros |
A
euforia ajudou a lançar o primeiro carro da nova divisão Cord, o L-29.
Mas nem tudo ia bem. Apresentado no Salão de Nova York de 1928, o
Cabin Speedster criado por Morton atraía tanto o público onde era
exposto quanto repelia os potenciais compradores. Seus pára-lamas
dianteiros se moviam com as rodas, como nos ingleses Aston Martin e
Lagonda. A carroceria em alumínio era montada sobre um chassi elevado
sobre o eixo da frente e o traseiro tinha molas presas por baixo, para
rebaixar o centro de gravidade.
Munido de um oito-cilindros de 125 cv, o Cabin Speedster superava a
marca mágica de 160 km/h (100 mph). |
O estilo estranho do Cabin Speedster: teto rígido e pára-lamas que acompanhavam as rodas |
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No
auge da Depressão, a Auburn viu suas vendas saltarem para mais de 28
mil unidades. Apesar do momento econômico, Detroit havia acabado de
iniciar uma era de supermotores, puxada pelos V16 e V12 da Cadillac.
Então, após revisões no desenho em 1931, veio o Auburn V12 1932, com
motor Lycoming de 160 cv a 3.200 rpm, peças divididas com o 8-100
(sucessor do 8-98) e preços de menos de 1.000 dólares nas versões
básicas. Exclusivo e sofisticado, o V12 desenvolvido por George Kublin
tinha 6,4 litros e válvulas no cabeçote. |
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O modelo 1935, um dos últimos da série, com nova aparência frontal: no ano seguinte a Auburn deixaria o mercado, abrindo espaço para numerosas réplicas |
Uma placa no painel frisava que o carro havia sido testado a mais de
160 km/h antes da entrega. O piloto Ab Jenkins levou um para os lagos
de sal de Bonneville, em Utah, e manteve média de 164 km/h por 12
horas, quando o recorde para essa duração era 160 km/h. Para completar
as glórias, Buehrig aprimorou o conceito de 1928 na versão de 150 cv.
Monocromática e com quatro tubos flexíveis de exaustão saindo das
laterais do capô, ela sustenta sozinha o mito do Auburn Speedster, um
dos mais atraentes desenhos americanos dos anos 30 e de todos os
tempos. Pára-lamas largos em forma de gota embutiam as rodas. |
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