Parceria à italiana

Nascido da união entre um empresário, a Fiat e a Pirelli, o
Autobianchi Primula serviu de laboratório para soluções técnicas

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Em 1955 nascia em Milão, Itália, uma parceria interessante. A fábrica fundada por Edoardo Bianchi se associava à Pirelli, fabricante de pneus mundialmente famoso, e ao grupo Fiat. Estava criada a Autobianchi, que começou a produzir carros compactos baseados nos Fiats. A capacidade instalada da fábrica era ampla. No começo da década de 1960 produzia o Bianchina, um modelo popular muito interessante, nas versões de duas portas, um simpático conversível e uma perua de dimensões modestas. O motor, na traseira, tinha dois cilindros em linha e potência de 15 cv. Também havia o carro esportivo Stellina.

Em 1964 apresentava um modelo novo e muito interessante no Salão de Turim, para ampliar sua gama. À exceção do motor Fiat, basicamente o mesmo do modelo 1100 D desta marca, era um conceito totalmente novo, próprio da fábrica. Com o nome Primula (lê-se prímula), havia sido projetado por Dante Giacosa, um engenheiro muito competente do grupo Fiat, que também foi o "pai" do Topolino, do novo 500 e da minivan 600 Multipla. Tinha talento comparável a Alec Issigonis, criador do Mini. E sua mais nova criação era muito próxima do Austin/Morris 1100. O nome do carro foi inspirado numa planta ornamental.

Em um tempo em que a Fiat usava motor longitudinal e tração traseira, o Primula adotava o transversal e as rodas dianteiras motrizes, que o grande grupo tornaria comuns mais tarde

O pequeno modelo era fabricado em quatro versões: de duas, três, quatro e cinco portas, isto é, com opção entre uma grande tampa do porta-malas, que abrangia o vidro traseiro, ou uma menor, como ocorreria aqui com o Passat da década de 1970. Media 3,78 metros e pesava 840 kg. Com dois volumes, tinha três vidros laterais nas versões de quatro e cinco portas e dois nas de duas e três portas. Estacionar era fácil, pois a área envidraçada era muito boa. A frente trazia faróis circulares e abaixo destes as luzes direcionais. A grade em formato trapezoidal tinha frisos horizontais.

O motor era de quatro cilindros, refrigerado a água, em posição transversal, com a caixa de câmbio e a embreagem no mesmo eixo e tração dianteira. Era o conceito tudo-à-frente, que inspiraria a Fiat no futuro. Ganhava em rapidez de produção, reduzia custos, peso e o espaço destinado à parte mecânica. Com cilindrada de 1.221 cm³, o motor das versões de duas e três portas fornecia a potência de 59 cv a 5.400 rpm e o torque máximo de 9 m.kgf a 2.800 rpm, tinha o comando de válvulas no bloco e um carburador da marca Holley Europea em posição invertida.

No interior, simplicidade combinada a um acabamento ousado; a ausência do volumoso túnel central de transmissão tornava o assoalho plano, muito conveniente

O câmbio possuía quatro marchas sincronizadas e sua alavanca ficava na coluna de direção. Era um carro-laboratório para a grande marca parceira, e para a Pirelli também. Equipavam o Primula suspensão dianteira independente e traseira de eixo rígido (esta com molas semi-elíticas), pneus na medida 145-13, freios dianteiros a disco da marca Bendix e traseiros a tambor. A velocidade máxima do pequeno automóvel era de 135 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 19 segundos. Continua

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Data de publicação: 7/6/05

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