Dali para trás, os vidros assumiam perfil mais baixo e o teto terminava em uma traseira truncada, cujo enorme vidro, sustentado aberto por molas a gás, consistia a própria tampa do porta-malas. O original formato permitia um bom espaço aos dois ocupantes do banco traseiro — que trazia a inovação do encosto rebatível bipartido, depois imitado por peruas e hatches do mundo todo. O vidro já possuía limpador, que parava fora dele quando desligado para permitir a abertura. E a Reliant anunciava aceitar pedidos de qualquer cor para a pintura, acrescentando em um catálogo que "uma cliente recentemente encomendou o veículo da cor de seu esmalte de unhas preferido"... |
O Scimitar GTE: quatro lugares, vidro traseiro para acesso ao compartimento de bagagem, desenho original -- e a primazia mundial do banco traseiro rebatível e bipartido |
![]() |
O
GTE trazia ainda uma alteração mecânica: o uso do motor Ford "Essex"
V6 (o nome referia-se ao local de produção, na Inglaterra), em versões
de 2,5 e 3,0 litros, aplicado também ao cupê no ano seguinte. Com um
só carburador da italiana Weber, a de maior cilindrada fornecia 138 cv
e 23,7 m.kgf, suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em nove
segundos e chegar à máxima de 192 km/h. Havia agora três opções de
câmbio: manual de quatro marchas, outro com sistema
overdrive e um automático
Borg-Warner de três marchas. Os pneus passavam à medida 185-14 e o
peso chegava a 1.190 kg. A princesa Anne, filha de Elizabeth II,
ganhou um GTE em seu 18º aniversário e passaria muito tempo fiel ao
modelo. |
![]() |
O desenho frontal do GTE era exclusivo e mais interessante que o do cupê; na versão SE6B, ao lado, o motor "Essex" já havia dado lugar ao "Cologne" V6 de 2,8 litros, com câmbio automático de série |
Já
em 1976 aparecia seu sucessor, o SE6A, com melhores freios, qualidade
de construção e estabilidade, além de oferecer direção assistida.
Também retornava a produção de carros com volante à esquerda
(abandonada havia anos), para exportação a países como Bélgica, Suíça
e Holanda, grandes compradores da marca. Mas a venda da Reliant à Nash
Industries, em 1977, deu início a seu declínio: os novos donos queriam
investir em carros esporte menores, abandonando a evolução da linha
Scimitar. |
Proposta de redução: o Scimitar SS1, lançado em 1984, era mais leve e usava motores de quatro cilindros, como o 1,8 turbo da Nissan |
![]() |
O
público não mais aceitava pagar caro por um modelo de técnica
superada: a suspensão dianteira, por exemplo, era similar à do Triumph
TR6 da década de 1960, por sua vez originária do modelo Mayflower dos
anos 50. O SE8 foi o último modelo da série original, mas o nome
introduzido em 1964 não desaparecia tão já. Em 1984 a Reliant havia
lançado o compacto Scimitar SS1, com desenho de Michelotti e chassi
inspirado no do Lotus Elan original. Como era menor e mais leve que os
modelos do passado (3,87 m de comprimento, 2,13 m entre eixos, 840
kg), podia usar motores de quatro cilindros e menor cilindrada, como
os Fords de 1,3 e 1,6 litro, com 69 e 96 cv, na ordem. Mais tarde
vinha o 1,8 turbo de 135 cv da Nissan. |
Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos © Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade |