O utilitário da Tempo chegou a ser exportado para a Austrália entre 1950 e 1952, com volante à direita, antecipando-se à estréia da perua VW no país. No total, porém, o volume de produção com essa mecânica — 1.362 unidades até maio de 1952 — é bastante modesto se comparado ao da Kombi, que em pouco tempo dominou seu mercado, deixando para trás também o furgão F-89 da compatriota DKW. Sem interesse em fornecer componentes para um concorrente, a VW obrigou à adoção de outros fornecedores para a mecânica do Matador.

Depois do motor VW a Tempo adotou os da JLO e Heinkel, este mantido no modelo 1956 da foto; apesar da grade para o radiador, estava ainda mais parecido com a Kombi

O primeiro contratado foi a empresa JLO, com um três-cilindros em linha de 672 cm³ e 26 cv. A versão era chamada de 1000 em alusão à capacidade de carga. Problemas de qualidade, porém, levaram à rápida substituição pelos motores da Heinkel, o que incluiu a troca em garantia dos utilitários já vendidos com os da JLO. Para marcar o abandono da VW a Tempo realizou uma curiosa reestilização frontal, em que os faróis desciam e os frisos horizontais subiam, invertendo suas posições. Com o mesmo desenho e maior cilindrada, a versão Matador 1400 surgia em setembro de 1952. Usava motor Heinkel de quatro cilindros em linha e 1.092 cm³, com 34 cv, e podia transportar 1.400 kg de carga, graças ao chassi reforçado.

Essa variação era substituída no final de 1955, ano em que a Vidal vendia 50% da empresa à também alemã Hanomag. A injeção financeira com a novidade permitiu o desenvolvimento de uma nova carroceria para o chamado Matador I, com maior área envidraçada, pára-brisa inteiriço e portas "normais", abertas para frente. Na frente remodelada não se via mais o tanque, agora em posição mais segura. E, apesar da nova grade inferior, o utilitário estava mais parecido com o da VW do que nunca... O motor Heinkel de 1,1 litro era mantido por um ano.

Nova evolução: o Matador E de 1963 usava um propulsor Austin de 1,6 litro, com opção pelo Hanomag 1,8 a diesel, e oferecia versões de 1.000 a 2.500 kg de capacidade

No modelo para 1957 era adotado o motor do Austin A50 inglês, com quatro cilindros em linha, 1.498 cm³ e 48 cv. O desempenho estava bem melhor, a ponto de se aumentar a carga útil para 1.500 kg no ano seguinte. O Matador foi assim produzido até 1963, quando aparecia a versão E, com estilo mais atual e agradável. A ampla grade ficava entre os faróis e as luzes de direção e havia opção de diferentes capacidades de carga, entre 1.000 e 2.500 kg. O motor Austin passava a ser de 1.622 cm³, com 54 cv, e surgia a opção por um Hanomag a diesel, de 1.797 cm³ e 50 cv. Em três anos a empresa produziu 47.362 unidades, de longe o mais bem-sucedido modelo da série.

O nome Matador acabava em 1966, mas não a carreira do veículo. Com a aquisição do controle acionário da Hanomag pela Mercedes-Benz, em 1969, um motor a diesel de 55 cv da marca da estrela passava a equipar os utilitários, chamados agora de Mercedes L 206 D e L 306 D, conforme a capacidade de carga de uma ou duas toneladas. Seriam produzidos até 1978.

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