Exportar veículos era outro objetivo do governo comunista, o que foi feito para outros países europeus e da América do Sul, para os Estados Unidos, a África do Sul e a China. Em alguns mercados era vendido com a marca Eisenacher, sendo Typ (tipo) Wartburg a identificação do modelo. Até uma versão com volante à direita foi feita para o Reino Unido e o Chipre. Um chassi evoluído, com molas helicoidais na suspensão dianteira em vez de feixes de molas transversais, era adotado em 1966.

O elegante conversível 311 Cabrio: símbolo de tempos passados da empresa, quando ela podia fabricar modelos mais sofisticados

Depois de uma transição de três anos, em que o novo chassi equipava as antigas carrocerias (o modelo 312), a empresa substituía em 1969 o estilo arredondado pelo retilíneo do 353, de construção mais simples e barata, ainda com carroceria sobre chassi. Embora estivesse de acordo com as tendências da época, o desenho do sedã de quatro portas e da perua de cinco (a Tourist, agora com porta traseira abrindo-se para cima) não mostrava inspiração e a qualidade de construção havia perdido muito, em nome do aumento de produção. Mesmo assim, o Wartburg podia usar componentes de melhor qualidade que o Trabant.

O conhecido motor de 1.000 cm³ chegava a 50 cv a 4.250 rpm e 10 m.kgf a 3.000 rpm, para levar o sedã a 130 km/h. Embora tivesse o mesmo entreeixos do antecessor e fosse mais curto, com 4,22 m, o novo Wartburg ganhava espaço interno com os aumentos de 70 mm em largura e 45 mm em altura. A evolução do 353 foi bastante lenta, tendo chegado aos anos 80 com carroceria e mecânica quase inalteradas, salvo por reestilizações parciais, que não disfarçavam sua idade, e por necessários aprimoramentos técnicos, como freios dianteiros a disco, faróis halógenos e pneus radiais.

A linha 353 (perua, ao lado, e sedã, no alto da página anterior) tinha formas mais atuais e maior espaço interno, mas perdia o charme e a qualidade de fabricação dos antigos 311

Em 1985 a fábrica chegava a um milhão de unidades produzidas. Três anos depois, assim como ocorreu com o Trabant, o Wartburg passava a usar um motor a quatro tempos da Volkswagen — o do Golf de primeira geração, com 1,3 litro, 58 cv e 10 m.kgf, suficiente para 140 km/h. Ganho modesto em potência, mas expressivo em modernidade, eficiência e emissões poluentes. O 353 1.3 foi o último carro da marca, pois em abril de 1991, quase dois anos após a unificação das Alemanhas, suas instalações eram adquiridas pela Opel, que passaria a produzir ali o Astra de primeira geração e depois o Corsa.

Diversas propostas chegaram a ser elaboradas com base no 353, sem chegar ao mercado, porém. Estudaram-se uma versão de três portas com motor Renault e um sedã (projeto 360) com estrutura monobloco e motor da marca checa Skoda de 1,3 litro e quatro tempos. No início dos anos 70 foi desenvolvido um pequeno hatchback com mecânica Skoda de 1,1 litro. É interessante sua semelhança de linhas com o Favorit, modelo da empresa checa que seria lançado apenas em... 1987. O 353 serviu também para uma versão de rali, em que o motor dois-tempos foi ampliado para 1,15 litro e chegou a 110 cv; um pequeno jipe e um utilitário para uso militar, com motor de 1,2 litro e 55 cv.

Em 1988 o motor a dois tempos dava lugar a um quatro-tempos da Volkswagen, que equiparia o 353 1.3 até sua despedida do mercado, três anos depois

E não parou por aí: além de uma perua de passageiros compacta (como a Kombi ou a Tempo Matador), a Barkas, lançada ainda na década de 1950, o motor do Wartburg equipou um carro esporte e até um monoposto de competição. O primeiro foi o Melkus RS 1000, um cupê de dois lugares com portas do tipo asas-de-gaivota e velocidade máxima da ordem de 170 km/h. Seu motor era derivado do carro de competição elaborado, assim como o esportivo de rua, pelo piloto e preparador Heinz Melkus. O monoposto usava motores de Trabant e Wartburg, neste caso com três carburadores e 70 cv.

Apesar de sua importância como meio de transporte na antiga Alemanha Oriental, o Wartburg passou à história sem maior destaque — ao contrário do Trabant, que ganhou projeção mundial, tornou-se um símbolo do período de comunismo no país e motiva, até hoje, clubes e encontros de admiradores.

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