O rei da Nascar

Construção inovadora e um vigoroso seis-cilindros fizeram do
Hudson Hornet grande adversário dos V8 em competições

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Hudson Motor Car Company foi fundada em 1909 em Detroit, no estado americano de Michigan, por Howard Coffin, George W. Dunham e Roy E. Chapin. Seu nome vinha de J. L. Hudson, empresário que criou as lojas de departamentos Hudson's e que prestou grande contribuição financeira para a abertura da empresa. No ano seguinte ela já era a 11ª maior entre as muitas fábricas de automóveis dos Estados Unidos.

Inovações foram uma marca da Hudson. Foi uma das primeiras (após a Ford) a posicionar o motorista no lado esquerdo do veículo, com a alavanca de câmbio e a do freio à sua direita. Também foi ágil em adotar em seus motores a partida elétrica, lançada em 1912 pela Cadillac no Self-Starter. Lançou os freios duplos (com um segundo reservatório que só entrava em ação quando o pedal era pisado a fundo) e o virabrequim balanceado — com vibrações bem menores, seu motor de seis cilindros em linha podia atingir maior rotação e obter mais potência.

As versões cupê e conversível de 1951, o primeiro ano do Hornet: linhas mais baixas e alongadas que as dos principais modelos da época

A linha Essex, lançada em 1919, foi um dos primeiros carros de baixo preço com cabine totalmente fechada, bem mais confortável em climas rigorosos. Somada à linha tradicional, chamada apenas de Hudson, a empresa chegava a 1929 produzindo 300 mil unidades por ano, o que a colocava em terceiro lugar no mercado americano, atrás apenas da Ford e da Chevrolet. Em 1936 introduzia a suspensão dianteira com "rodagem rítmica", em que o eixo rígido vinha suspenso por duas barras e por longos feixes de molas semi-elíticas, de modo a reduzir a transmissão de impactos do piso.

Após a interrupção para o esforço de guerra, entre 1942 e 1945, a Hudson voltava em 1946 a produzir automóveis. Dois anos depois lançava a linha Super Six com uma construção inovadora: a cabine ficava dentro de um perímetro do chassi, sobre o qual os ocupantes passavam para entrar e sair do carro. A solução, chamada de Monobilt, trazia ganho de espaço interno, rodar mais confortável e — embora isso não fosse um bom argumento de vendas na época — maior segurança em colisões. Não demorou para que toda a indústria copiasse a idéia, levando a automóveis mais baixos e espaçosos.

Inovação: o chassi desenvolvido pela Hudson ficava em torno da cabine e até das rodas traseiras, em vez de servir apenas de base para a carroceria

Em 1951 era apresentado o Hornet, uma variação da linha Commodore Eight que ganhou especial projeção. Disponível como sedãs de duas e quatro portas, cupê hardtop (chamado Club Coupe) e conversível Brougham, destacava-se pelas linhas mais baixas e longas que o usual a seu tempo. As rodas traseiras vinham em boa parte encobertas pelos pára-lamas, recurso necessário pois a estrutura do chassi passava por fora delas. De resto, o desenho era similar ao dos carros da concorrência, com formas arredondadas, seção central do capô bem alta, pára-brisa bipartido, traseira em suave declínio e profusão de cromados. Media 5,18 metros de comprimento e 3,15 m entre eixos. Continua

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Data de publicação: 13/6/06

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