O motor básico era o 151 "Iron Duke" (em alusão ao bloco de ferro fundido) da General Motors, de quatro cilindros em linha e 2.471 cm³, com comando de válvulas no bloco e um carburador de corpo duplo Carter BBD. A potência de 86 cv e o torque máximo de 17 m.kgf traziam desempenho apenas razoável, em vista do peso elevado. Mais adequado era o seis-cilindros em linha de 4.235 cm³, a conhecida unidade AMC de 258 pol³, que gerava 112 cv e 29 m.kgf. Com o câmbio automático de três marchas de série, a velocidade máxima era de 165 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 14 segundos. A versão de quatro cilindros podia vir também com caixa manual de quatro marchas. |
Para tracionar reboques e circular em regiões de inverno severo, com neve, a perua da AMC mostrava-se bem superior à concorrência com tração em duas rodas |
O
mais interessante no Eagle, no entanto, era a tração nas quatro rodas
permanente, similar à usada no
Jeep Cherokee. A transmissão idealizada pela Fergusson tinha um
terceiro diferencial na parte central-dianteira, com acoplamento
viscoso, que fazia a distribuição de torque entre o eixo dianteiro e
traseiro. Com isso, o carro era muito equilibrado ao rodar, sobretudo
em pisos de baixa aderência, e a tração integral permanecia em uso no
asfalto, o que não era possível na maioria dos 4x4 da época. |
O cupê de dois volumes Kammback SX/4 seguia os conceitos de aerodinâmica do alemão Kamm, que sugeria uma traseira com perfil descendente e corte abrupto ao final |
Em
1981 era lançado o cupê Kammback SX/4, denominação em homenagem ao
engenheiro aerodinâmico alemão Wunibald Kamm, que considerava mais
favorável ao ar a traseira em linha descendente, com um corte abrupto
no final. Diversos outros carros seguiram esse caminho, como os
Citroëns GS, CX
e SM, o Audi A2 e o atual Toyota
Prius. Tanto a traseira quanto o entreeixos (2,46 m) eram mais curtos
que no sedã, ficando o comprimento com 4,23 m, e havia um defletor
para melhorar a aerodinâmica. No resto o irmão menor da família Eagle
era quase idêntico aos demais. |
Depois da troca do motor de 2,5 litros da GM pelo da AMC, a perua com o seis-cilindros de 4,2 litros foi a única versão mantida até o encerramento da linha, em 1988 |
Os Eagles foram produzidos até 1988, com algumas alterações na parte dianteira. No último ano havia apenas a perua e, desde 1986, o motor de 4,2 litros era o único disponível. Fizeram história. Não tinham o apelo esportivo de um Audi Quattro nem as pretensões para superar obstáculos de um Cherokee, mas deixaram sua marca na indústria automobilística americana como uma linha de automóveis originais e acessíveis. Foram muito apreciados pelos que moravam longe das metrópoles. Em fazendas, ranchos e lugares montanhosos de difícil acesso, aliavam conforto e valentia. Marcas como Subaru, Volvo e Audi seguiram o mesmo caminho com suas peruas fora-de-estrada produzidas ainda hoje. |
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