O Fiero usava componentes de outros carros da GM, como a suspensão. A estrutura McPherson dianteira dos compactos carros "X" da companhia, dos quais o Chevrolet Citation era o mais conhecido, foi usada na suspensão traseira do Fiero e, na frente, a Pontiac instalou os braços duplos do Chevette. Os freios a disco nas quatro rodas vinham desses mesmos modelos. O chassi também tinha origem nos "X" e acomodava transversalmente os motores dianteiros do Citation e derivados. Isso possibilitou fazer o mesmo atrás dos passageiros no Fiero, o que baixou os custos do projeto.

Adotado em 1985, o motor V6 de 140 cv deixava bem mais interessante o pequeno Pontiac, cuja versão GT ganhava a frente e a traseira do Pace Car

Em vez de usar um monobloco ou de instalar a carroceria sobre um chassi, a Pontiac criou uma estrutura na qual eram colocados os painéis de plástico que formavam a carroceria. Entre as vantagens alardeadas pelo fabricante estavam a resistência a pequenos impactos e a facilidade de substituição, tanto nos reparos quanto em personalizações, além do menor custo de produção. O cupê media 4,07 metros de comprimento — 2,37 deles entre os eixos —, 1,75 m de largura e 1,19 m de altura.

Para 1985, a Pontiac preparou uma grande novidade. O Fiero passava a contar também com um V6 de 2,85 litros, também de comando no bloco, capaz de 140 cv e 23,5 m.kgf. Acompanhado da caixa manual de quatro marchas, levava-o a 180 km/h. Para o Iron Duke agora vinha um câmbio Isuzu de cinco marchas. Mas problemas como casos de incêndio, causados na fiação do motor do modelo 1984, haviam abalado a imagem do Fiero e as vendas caíram bastante. Se a manutenção não fosse bem feita, a tampa de válvulas vazava óleo entre fios elétricos e o coletor de escapamento, a causa do fogo. Esteticamente, a frente e a traseira do Indy Pace Car eram transferidas para a versão GT do Fiero.

O Fiero por dentro: uma estrutura à qual eram aplicados os painéis plásticos da carroceria, o que facilitava os reparos de acidentes

Com a linha 1986 veio a mais relevante novidade de estilo, a versão Coupe. Esse fastback mais parecia um hatchback, com as colunas traseiras e os vidros laterais, mas sem o vidro traseiro basculante. Mais tarde, ainda naquele ano-modelo, foi oferecido o câmbio manual Getrag de cinco marchas para o V6. As mudanças ajudaram a elevar as vendas. Por essa época a Pontiac apresentava a versão GTP do Fiero, um carro de corrida cuja experiência nas pistas nortearia melhoramentos ao modelo de rua. Com um quatro-cilindros de 3,0 litros, chegava a 330 cv.

O GT 1987 recebia alterações mínimas de estilo, mas o motor de quatro cilindros revisado passava a gerar 98 cv, com injeção melhorada e ignição sem distribuidor, entre outros itens. A versão SE ganhava a mesma frente da GT. A rede de concessionárias Pontiac até oferecia um conjunto para deixar o Fiero com certo ar de Ferrari 308, modelo celebrizado pelo seriado Magnum. Era chamado de Fiero Mera. Mas a Corporate Concepts, que fazia os kits, foi processada pela Ferrari e teve de encerrar a produção. Ao fim do ano, as vendas do Fiero causavam decepção.

Versão Coupe (acima), freios e suspensão aprimorados e até uma conversão para
targa tentaram reerguer as vendas do Fiero, mas em 1988 ele saía do mercado

Para o ano seguinte o GT trazia suspensão com componentes e geometria redesenhados e freios a disco ventilados nas quatro rodas, entre outras melhorias. A versão Formula tinha muitos equipamentos da GT na carroceria básica do Fiero. Concessionárias podiam até tornar o cupê um targa se o cliente desejasse. Todas essas novidades não foram capazes de salvar o único carro americano de um grande fabricante equipado com motor central. As vendas foram ainda mais baixas nesse quinto e último ano da carreira do Fiero.

Um protótipo do que poderia ser o modelo 1990 foi mostrado em alguns eventos, mas nunca chegou ao mercado. Até um V8 foi proposto, mas ele usava o V6 turbo de 250 cv do Grand Prix e influenciou a quarta geração do Firebird. O sonho de ter um Pontiac esportivo compacto ficaria apagado até que surgisse o conceito Solstice no Salão de Detroit de 2002, desenvolvido em quatro meses e também com componentes de outros carros da GM. Este roadster atraente, que chegou ao mercado com a linha 2006, não tem motor central (é dianteiro), mas gerou filas de espera. Como o Fiero, ele deu à Pontiac um toque europeu, jovem e, acima de tudo, inovador.

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