O moscovita que ganhou o mundo

De início uma cópia do Kadett alemão, o russo Moskvitch
adquiriu linhas próprias e foi exportado a diferentes países

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os russos levaram para seu país como espólio do conflito toda a instalação da Opel, a fábrica alemã que já representava o braço local da General Motors e que fora confiscada pelo governo germânico. Começaram então, no ano seguinte, a produzir o automóvel Moskvitch 400 — nada mais que um Opel Kadett do pré-guerra, mas com quatro portas — na chamada MZMA, sigla em russo para Fábrica de Carro Compacto de Moscou.

Primeiro da série, o modelo 400 era uma variação de quatro portas do primeiro Opel Kadett, feito em instalações recebidas como espólio de guerra

A empresa existia desde 1930, fundada como KIM (Juventude Comunista Internacional), mas nunca havia feito automóveis: seu primeiro projeto havia sido recusado por Joseph Stalin. Com apenas 3,86 metros de comprimento e motor de quatro cilindros, 1.074 cm³ e potência de 26 cv, esse moscovita (significado de Moskvitch em russo) teve várias versões, como furgão com carroceria de madeira e três lugares (422), picape (420B) e conversível de quatro lugares (420A). Nos últimos anos foi usado também o propulsor de 1.221 cm³ e 35 cv.

Depois de 240 mil unidades da linha 400, a marca apresentava em 1956 o 402, um sedã de três volumes e 4,05 metros. As linhas arredondadas típicas de seu tempo, portanto bem mais modernas que as do antecessor, lembravam as de modelos da Opel como o Rekord. Ele mantinha, porém, a mecânica do antecessor: motor de 1.221 cm³, câmbio de três marchas, tração traseira, suspensões simples (dianteira independente, traseira por eixo rígido) e freios a tambor.

A mecânica do 400 foi mantida no 402, que ganhou uma carroceria maior e de estilo contemporâneo; o modelo deu origem a versões como o 410, com suspensão alta e tração integral

O motor só evoluiria no modelo 407, em 1958. Tinha uma nova unidade de 1.360 cm³ (ainda com comando de válvulas no bloco) e 45 cv, caixa de quatro marchas e pesava 860 kg. Foi produzido em interessantes versões, como o 410 (com tração integral e suspensão elevada) e as peruas 411 e 423. A linha Moskvitch tornou-se um símbolo do automóvel russo, exportado para diversos países da Europa e montado, com componentes importados, também na Bulgária de 1966 em diante.

Antes disso, em 1964, era lançado o modelo 408, que colocava a empresa em novos rumos em termos de desenho e técnica. Além de formas retilíneas e contemporâneas, o sedã de 4,11 metros usava um motor de 1.360 cm³ e 60 cv, com comando de válvulas no cabeçote acionado por engrenagens, produzido pela fábrica de motores aeronáuticos UZAM. Continua

O 408 colocou a Moskvitch na década de 1960, com seu desenho retilíneo e um novo motor de 1,4 litro com comando no cabeçote

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 13/2/07

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade