Visto de frente havia dois faróis circulares de bom tamanho embutidos em aros cromados. Na extremidade, mais dois faróis circulares menores e, no centro, uma grade vertical ao estilo dos grandes Pontiacs da época. E muitos cromados. A pintura do cupê podia vir em estilo saia-e-blusa, o que o tornava ainda menos discreto, ou em cores metálicas ou perolizadas. Media cerca de 5,70 metros de comprimento.

Por dentro impressionava pelo luxo. Com acabamento feito conforme o gosto e o bolso do cliente, trazia o painel vistoso revestido em madeira de alta qualidade, bancos de couro e volante também de madeira, produzido pela Nardi italiana — cujos três raios metálicos podiam ser folheados a ouro de 24 quilates, assim como botões de comando e molduras dos instrumentos. Havia conta-giros e amperímetro e o relógio era um Rolex suíço, com um diamante incrustado. Tinha de série ar-condicionado, controle elétrico dos vidros, controlador de velocidade e rádio/toca-fitas, além de teto solar opcional. Ainda havia compartimentos para guardar bebidas e charutos.

Com base no cupê saiu o conversível D'Italia (ao lado), em 1977, seguido por um modelo com teto targa, o Bearcat (acima)

O motor, todo em ferro fundido e montado atrás das rodas dianteiras, era o de oito cilindros em "V" usado no Pontiac Grand Prix. Com a "modesta" cilindrada de 7.462 cm³ ou 455 pol³, recebia um carburador de corpo quádruplo e como opcional um turbocompressor. Se o motor original tinha potência bruta de 253 cv, no Stutz ela subia para estrondosos 425 cv, com torque máximo de 58 m.kgf. A caixa automática era a GM TH400 de três marchas, com tração traseira.

Apesar de seus quase 2.300 kg, o cupê acelerava de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos e atingia quase 210 km/h. Mas, como não era muito aerodinâmico, a tal velocidade o condutor teria sérios problemas de dirigibilidade. A suspensão dianteira independente e a traseira por eixo rígido usavam molas helicoidais, os freios dianteiros eram a disco e os traseiros a tambor. Já em 1972 podia também receber o motor V8 429 Cobra Jet da Ford, de 7,0 litros, que também esbanjava potência: 370 cv com alta taxa de compressão (11,3:1) e carburador Rochester Quadrajet.

O primeiro exemplar do Blackhawk foi vendido para Elvis Presley. Está exposto até hoje em sua mansão em Graceland. Vários outros famosos também possuíram o modelo. A lista conta com atores como Sammy Davis Jr., Dean Martin, Jerry Lewis, Lucille Ball e Al Pacino, além do cantor Frank Sinatra, que disputou o primeiro exemplar com Elvis. Também os músicos Elton John e Paul McCartney se encantaram com o Stutz, que era mais caro que um Mercedes-Benz 600 ou um Rolls-Royce Silver Shadow.

O Diplomatica de quatro portas e este Royale, uma limusine: os grandes sedãs da Stutz

Em 1977 a empresa apresentava um conversível baseado no cupê, com o nome D'Italia. Dois anos depois nascia o modelo Bearcat, cuja meia capota tinha inspiração no Porsche 911 Targa. Em 1980 o Blackhawk passava a ser montado sobre o chassi do Pontiac Bonneville. Ainda nesta década, mais duas versões ganhavam as ruas: o Diplomatica, com quatro portas, e a limusine Royale, de entreeixos mais longo, sobre o chassi do Cadillac DeVille. Esbanjavam imponência por onde passavam, embora com os mesmos recursos discutíveis de estilo.

O Stutz foi um marco para os americanos, que viram nele um retorno dos anos dourados em termos de desenho. Sua produção foi encerrada em 1987. Como no lançamento, hoje valem muito no mercado de antigos.

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