Em 1950 a Alvis entrava numa nova era. Apresentava a série 21, com versões TA e TB e motor de seis cilindros em linha, 3,0 litros e 90 cv. Chamados de "3 Litre" em razão da cilindrada, o TA e o posterior TC (de 1953) eram sedãs, enquanto o TB 21 era um esportivo de dois lugares. O TC incluiu uma versão 21/100, em que o número designava a potência de 100 cv, suficiente para atingir 160 km/h. A empresa teve uma breve e inspirada passagem com a presença de Alec Issigonis — o criador do Mini — entre 1952 e 1955. Alec desenhou um novo modelo com motor com oito cilindros em "V", mas sua produção seria muito dispendiosa e a empresa não o levou adiante.

A série 3 Litre deu novo apelo à Alvis no começo dos anos 50, com motor de seis
cilindros e 3,0 litros; este TC com carroceria Graber exibia linhas elegantes

Chegava em 1958 o modelo TD 21, cuja carroceria era produzida pela famosa Park Ward, também fornecedora da Rolls-Royce e da Bentley. Feito em versões cupê de três volumes e um belo conversível, media 4,80 metros de comprimento e 2,83 m de distância entre eixos e pesava 1.525 kg. A frente tinha grade vertical, ao melhor estilo de Bentley e Jaguar, com quatro faróis circulares (sendo dois auxiliares) e pára-choques cromados com protetores. Atrás havia discretas lanternas verticais. Visto de perfil, a frente no estilo Ponton aliava beleza e discrição.

Por dentro era muito luxuoso. Seu acabamento era comparável aos de Rolls, Bentley e Bristol, como o painel de madeira nobre com a parte superior acolchoada, volante em madeira de três raios metálicos e confortáveis bancos revestidos em couro. Sua farta instrumentação na parte central incluía conta-giros, amperímetro e manômetro de óleo. Levava com conforto cinco pessoas na versão fechada, graças à boa distância entre eixos e a altura da capota. Dentre os opcionais podia receber rodas raiadas e teto solar. Era um carro caro e para poucos, com produção em pequena escala.

O TD 21 atualizava as linhas do antecessor e aumentava a potência para 119 cv; o interior era luxuoso e confortável

Seu motor de seis cilindros e 3,0 litros produzia a potência de 119 cv a 4.800 rpm e permitia a velocidade máxima de 165 km/h. Em 1964 sofria algumas alterações. Os faróis vinham em posição vertical, alinhados, e a grade recebia acabamento cromado. Renomeado TE 21, tinha o motor alimentado por dois carburadores SU em posição invertida, com o que passava a ter 130 cv a 5.000 rpm e torque máximo de 23,7 m.kgf a 3.000 rpm. A direção agora contava com assistência como opcional.

Com tração traseira, o TE já oferecia câmbio de cinco marchas, com opção pelo automático, e atingia 180 km/h, ótimo desempenho para a época. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais; a traseira usava eixo rígido e molas semi-elípticas. Os quatro freios eram a disco, da marca Dunlop, com servo e usava pneus na medida 6,40-15. Uma versão muito bonita da empresa suíça Hermann Graber também foi construída. A firma já fabricava carrocerias especiais para a Alvis desde a década de 1950. Com ligeiras modificações, tinha um certo ar do francês Facel-Vega HK 500. Era o mais refinado da marca e com desempenho muito bom, chegando perto dos 200 km/h.

O TF 21 -- este com carroceria Park Ward -- foi a última evolução da linha Alvis,
com 150 cv; a frente com quatro faróis lembrava a do Facel-Vega francês

Em 1965 a Alvis era adquirida pela Rover, também inglesa. Um ano depois lançava seu último modelo, o TF 21, com o mesmo desenho do TE e maior potência (150 cv), graças ao uso de três carburadores SU e taxa de compressão mais alta. Com direção assistida de série e amortecedores reguláveis na traseira, superava 190 km/h. Em 1967 a empresa encerrava suas atividades no ramo automobilístico.

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