Ainda bem aquém do usado no RL em termos de tamanho, o novo motor deslocava 1.752 cm³ e produzia 46 cv a 4.000 rpm nas versões básicas, mas passava a 85 cv a 4.800 rpm na Super Sport e na Grand Sport. Se as primeiras levavam o 6C ao mesmo patamar de 110 km/h do 6C 1500, os motores mais preparados estavam aptos a atingir velocidade da ordem de 165 km/h. As versões de competição chegavam a produzir 100 cv. Peso e estrutura do 6C 1500 foram mantidos — embora o chassi tenha sido reforçado —, mas o motor mais potente e com maior torque rendia acelerações mais vigorosas.

Depois da breve produção do C6 1900 estreavam as versões 2300 (como este de entreeixos curto da série B), com motor de liga leve e potência a partir de 68 cv

Mal o 1750 foi apresentado ao público, no Salão de Roma de 1929, no mesmo ano foi levado à Mille Miglia. Dominaria a categoria Sport da prova até 1931, quando foi substituído nas pistas pelo 8C 2300. Mas nas ruas o 1750 duraria por mais dois anos, tendo sido fabricados 2.579 carros. Em 1933 o seis-cilindros da Alfa voltaria a crescer: com 1.917 cm³, o 6C 1900 inovava ao adotar cabeçote de liga leve. Alguns modelos tinham até o bloco do motor nesse material. Com 68 cv a 4.500 rpm, ele ia até 130 km/h. Com essa receita saíram da fábrica apenas 197 unidades.

Já em 1934 surgia o 6C 2300, cujo motor de 2.309 cm³ era confeccionado em liga leve, do bloco ao cabeçote. Na versão Touring o 2300 entregava 68 cv a 4.400 rpm. O Granturismo tinha 76 cv à mesma rotação e a série especial Pescara chegava a 95 cv a 4.500 rpm. A razão deste lote de 60 carros foi a 24 Horas de Pescara, em que três 6C 2300 Granturismo dominaram o pódio. Benito Mussolini foi dono de um Pescara personalizado. A gama produzia velocidades máximas de 120 a 145 km/h e usava câmbio de quatro marchas com as duas superiores sincronizadas. O recurso da roda-livre estava disponível e, do banco do motorista, podiam ser ajustados os amortecedores traseiros.

Da linha 2300 a versão Pescara era a mais potente, com 95 cv e máxima de 145 km/h; em 1938 adotava o nome Mille Miglia

Apresentado no Salão de Milão daquele ano, o 2300 também marcava o início de uma escalada de estilo e sofisticação do 6C. Não havia versão de corrida, pois para isso existia o 8C. A partir de 1935 a linha 6C 2300 B traria suspensão independente nas quatro rodas e ajustes no chassi e no motor. Em 1938 a versão Touring era rebatizada de LWB (de long wheelbase, entreeixos longo), a Granturismo de SWB (short wheelbase, entreeixos curto) e, graças a uma vitória em sua classe na Mille Miglia de 1937, o Pescara passava a se chamar MM.

Após a conclusão de 1.611 exemplares do 6C 2300, a Alfa Romeo introduziu aquela que seria a última evolução de seu admirado seis-cilindros, o 6C 2500. O modelo seria o último fabricado pela marca antes da Segunda Guerra Mundial e o primeiro depois do conflito. A produção teve início em 1939. A cilindrada de 2.443 cm³ permitiu 87 cv a 4.600 rpm. Touring, Sport e Super Sport eram as versões disponíveis, sendo que esta última alcançava 170 km/h na versão de rua e 200 km/h com preparação de corrida. No período pós-guerra o 6C 2500 ainda teve um sadio aumento de potência, passando a 145 cv a 5.500 rpm.

O 6C 2500 contou com alto desempenho nesta opção Super Sport, mas o clímax em elegância viria com o 2500 Villa d'Este, na foto que abre este artigo

Terminada a guerra, em 1946 uma nova versão esportiva, apelidada de Freccia d'Oro (flecha de ouro), inaugurava uma traseira mais curta e arredondada para aprimorar a aerodinâmica. Mas nada se compara à beleza e à elegância da versão 6C 2500 Villa d'Este, que ganhou tal nome por triunfar no concurso de estilo homônimo e introduziu o traçado em "V" para o capô, como alguns modelos atuais da marca adotam. A grade estreita em forma de brasão também tinha um formato triangular e era ladeada por dois faróis complementares aos embutidos nos pára-lamas, por sua vez integrados à carroceria.

Parecia uma hipnose. Aliado ao charme crescente de carrocerias como a do Villa d'Este e de outras elaboradas por renomados encarroçadores, ao longo de anos o 6C acostumou a clientela da Alfa Romeo a desempenhos cada vez mais vigorosos. O modelo encerraria sua carreira em 1950. Como no despertar de um transe, os novos tempos pediam ao fabricante carros mais modestos, com motor de quatro cilindros e produção mais volumosa. O Alfa Romeo 6C fez a transição entre duas eras mantendo em alta a reputação da marca, ao acelerar os batimentos cardíacos dos apaixonados pelo melhor do modo italiano de fazer automóveis.

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