Os
EUA logo passaram a fabricar o R9 como Alliance, com diferenças de
estilo, motor com injeção e um conversível que a Europa não teve
O R11 ganhou o nome Encore e
as mesmas alterações; o Alliance GTA (em branco) vinha com motor 2,0 de
95 cv e decoração mais esportiva
Na Europa, a frente de quatro
faróis do R9 Turbo (acima) era estendida em 1985 a todas as versões do
sedã, que continuava com quatro portas
O novo padrão visual da Renault
chegava aos dois modelos em 1987;
o R11 Turbo (em cima) e o R9 Turbo estavam mais atuais e com 115 cv |
Esse
concorrente para Chevrolet Chevette, Ford Escort,
Dodge Omni e Plymouth Horizon era produzido na
antiga fábrica da Nash em Kenosha, Wisconsin, forma de contornar a
dificuldade cambial do franco valorizado em relação ao dólar na época.
Em agosto do ano seguinte aparecia nos EUA o R11 com o nome Encore, a
mesma frente do sedã e três ou cinco portas. Nos dois modelos o motor
inicial era o de 1,4 litro com injeção
monoponto e catalisador, o que levava a uma potência mais baixa que
na Europa, 64 cv. Havia caixas manuais de quatro e cinco marchas e uma
automática de três com controle eletrônico.
Os novos modelos foram bem recebidos pelo público e pela crítica. Na
França, o R9 assumiu a liderança do mercado, tornando-se o mais vendido
Renault até então. De um júri da imprensa europeia ele recebeu o prêmio
de Carro do Ano em 1982. No ano seguinte o Alliance ganhou o mesmo
título da revista norte-americana Motor Trend, em que foi o
primeiro carro de marca estrangeira, e apareceu entre os 10 carros
preferidos pela redação (10 Best) na Car and Driver. Pesquisas de
publicações reconhecidas apontaram alto nível de satisfação entre os
clientes nos EUA.
Mais satisfeitos ficaram os norte-americanos que esperavam maior
desempenho quando a AMC lançou a versão esportiva GTA, disponível apenas
com duas portas (fechado ou conversível). Além do motor de 2,0 litros e
95 cv para acelerar de 0 a 100 em 10,5 segundos, trazia anexos
aerodinâmicos, rodas Ronal de 15 pol com pneus 195/50, faróis de
neblina, bancos mais envolventes e volante de três raios. A suspensão
era mais firme, o câmbio tinha escalonamento
mais fechado e os freios contavam com discos ventilados nas rodas
dianteiras. Teto solar, controlador de
velocidade, ar-condicionado e rádio/toca-fitas estavam entre os
opcionais.
Em teste do GTA, a revista Popular Mechanics escreveu que "o
pacote é realmente excelente, transformando a 'caixa econômica' sem-sal
Alliance em um verdadeiro pocket rocket"
— a
expressão inglesa, que significa "foguete de bolso", é usada por sua
sonoridade para carros pequenos de bom desempenho. Comparativo com o
Golf GT e o Toyota Corolla FX16
GT-S apontou os melhores dotes de estabilidade para o GTA, embora
com a aceleração mais lenta entre os três.
A frente do R11, com quatro faróis, era adotada pelo R9 no modelo 1985.
Dois anos mais tarde, ambos recebiam uma reforma seguindo os novos
padrões da Renault, com dois amplos faróis em forma de trapézios, grade
de perfil bem baixo e para-choques na cor da carroceria, em que o
traseiro agora alojava a placa de licença no R11. O interior era
modernizado e um motor de 1,25 litro e 55 cv substituía o antigo 1,1,
enquanto o Turbo ganhava potência, passando a 115 cv e 16,8 m.kgf.
Durante sua produção europeia, os dois modelos contaram com numerosas
versões — C, TC, GTC, CT, TL, GTL, LET, GTS, EET, GTX, TXE, Turbo, TD,
GTD e TDE — e diversas edições limitadas. O R11 Turbo Zender vinha com
um conjunto aerodinâmico desse fabricante alemão de acessórios. O Turbo
Ferry, também com base no hatch, trazia maior pressão do turbo,
suspensões e freios especiais e alterações estéticas. A série Broadway,
para ambos os modelos, vinha com rádio e três opções de motores. Houve
ainda o R9 GTL Avenue, o R9 Louisiane, o R11 90 GT e a edição Spring
para os dois carros.
Se na Europa os modelos franceses continuavam bem aceitos, nos EUA o
interesse pelos AMC diminuiu muito na segunda metade da década, quando
preços mais baixos da gasolina levaram os norte-americanos de volta aos
carros de alto consumo. De 200 mil unidades vendidas em 1984, a linha
caiu para 35 mil em 1987 — a AMC ainda não contava com o Medallion,
derivado do R21 francês.
Nesse ano o Encore era renomeado Alliance hatchback, mas a dupla não
durou muito mais: em junho, com a compra da AMC pela Chrysler, eles
desapareciam do mercado.
Produzidos na França até 1989, o R9 e o R11 acumularam um total
respeitável de 6,3 milhões de unidades, divididos quase meio a meio —
3,1 para o hatch, 3,2 para o sedã. Na América do Sul, a Renault
argentina fabricou em Santa Isabel, Córdoba, o hatch de 1984 em diante e
lançou o sedã em 1987; foram produzidos até 1994. A Sofasa colombiana
fez apenas o sedã R9 por longo tempo, entre 1983 e 1999. Na Europa, o
espaço desses modelos na gama Renault foi ocupado pelo R19, que também
contou com opções hatch e sedã, além de conversível, mas não chegou ao
mercado norte-americano.
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