

Muitas curvas e vincos de
aparência discutível no Sonata de 1998, em cima; a mudança frontal após
três anos fazia lembrar os Mercedes-Benz

Longevidade: o modelo de
1998, com uma atualização da frente, ainda é produzido pela Beijing
Hyundai na China junto de duas outras gerações


Com a quinta geração (2004) o
Sonata ganhava estilo equilibrado e mais atraente, motor 2,4 da própria
Hyundai e um diesel para alguns países

O atual modelo, o sexto, inclui
essa versão híbrida com estilo frontal próprio e motor elétrico, que se
soma ao 2,4-litros para reduzir consumo |
Vendido também em países europeus como Itália (onde se chamava Sonica) e
Inglaterra, o Sonata seguia com farto pacote de equipamentos: bolsas infláveis,
freios antitravamento (ABS), ar-condicionado automático, teto solar elétrico.
Uma leve reestilização para 1997 deixava a grade ovalada em evidência.
A virada do século foi um período de desenhos controversos para a Hyundai, e o
Sonata de quarta geração, lançado em março de 1998, era um exemplo: faróis
pequenos, vincos laterais pronunciados e muitas curvas formavam uma aparência
não muito atraente. Dessa vez as dimensões pouco mudavam, com só mais 1 cm no
comprimento e entre-eixos mantido. Sua plataforma de tração dianteira foi
compartilhada com o Magentis/Optima, da sócia Kia, e com o
Santa Fe de primeira geração.
O motor Sirius de 2,0 litros e 16 válvulas, com 147 cv e 19,4 m.kgf, era herança
da parceria com a Mitsubishi, mas a versão V6 vinha com o inédito Hyundai Delta
de 2,5 litros, 175 cv e 23,4 m.kgf, mantendo as opções de câmbio (uma versão 1,8
com 133 cv e uma caixa de variação contínua, CVT,
estiveram em alguns mercados). A essa época o sedã era fabricado também em
Izhevsk, na Rússia.
Em janeiro de 2001 ele recebia uma reforma parcial que lhe dava grade mais alta
e destacada, faróis em forma de duplo oval (lembrando os do então novo
Mercedes-Benz Classe C) e tampa traseira
com a placa de licença. Ambos os motores cresciam em cilindrada e potência: o
Sirius 2,0 passava a 2,4, com 149 cv, e o Delta V6 chegava a 2,7 litros e 173
cv, visando a ganho no torque em baixa rotação. A produção cabia a Asan, na
Coreia; Taganrog, na Rússia; e Pequim, na China, unidade que o faz até hoje sob
o nome Sonata Moinca por meio da associação Beijing Hyundai.
A controvérsia sobre o estilo do Sonata parecia acabar na quinta geração, em
agosto de 2004: proporções equilibradas, aspecto mais robusto e tampa do
porta-malas elevada. As dimensões voltavam a crescer, com 4,80 m de ponta a
ponta e 2,73 m entre eixos, e nada menos que oito fábricas o produziam ou
montavam: Asan, Pequim, Montgomery, Alabama (EUA; o primeiro Hyundai feito lá,
de 2005 em diante), Chennai (Índia), Izmit (Turquia), Cairo (Egito), Thonburi
(Tailândia) e Al Jazirah (Sudão).
Novo também era o motor de quatro cilindros da série Theta, um projeto próprio
com 2,4 litros, 166 cv e 23 m.kgf. A versão V6 vinha com 3,35 litros, o que
permitia 237 cv e 31 m.kgf. Mercados da Europa, a Nova Zelândia e Singapura o
recebiam com um turbodiesel de 2,0 litros e 143 cv, o que estimulou o interesse
de taxistas. Em câmbios, novidades eram o automático de cinco marchas para o V6
(opcional no 2,4) e, apenas para o turbodiesel, o manual de seis. Nos EUA o
conteúdo de segurança de série incluía seis bolsas infláveis (frontais, laterais
e cortinas) e controles eletrônicos de tração e
estabilidade.
Pequenas alterações estéticas vinham em setembro de 2007 com a participação do
Centro Técnico Hyundai-Kia da América, em Superior Township, Michigan. Faróis,
grade, lanternas, para-choques e painel de instrumentos eram novidades, assim
como navegador com tela sensível ao toque e rádio por satélite, no caso dos EUA.
Os três motores estavam um pouco mais potentes — 179, 249 e 151 cv, na mesma
ordem — e as versões superiores contavam com seleção manual na caixa automática
de cinco marchas.
Enfim, na sexta geração — revelada em setembro de 2009 na Coreia do Sul — o
Sonata assumia as formas ousadas e imponentes com que o vemos hoje nas ruas, com
vincos e traços marcantes, faróis e lanternas alongados, enorme grade com barras
cromadas e janelas de perfil baixo. Adotava em definitivo o conceito de
"escultura fluida" já aplicado a outros Hyundais, e o fazia em grande estilo.
Estava ainda maior, com 4,82 m de comprimento e 2,79 m entre eixos, e saía de
quatro fábricas na Coreia, na China, nos EUA e na Indonésia.
Do antigo modelo nada sobrou em termos de motores. Agora havia, conforme o
mercado, quatro opções de quatro cilindros da nova série Theta: de 2,0 litros,
162 cv e 20,2 m.kgf; de 2,4 litros, 178 cv e 23,3 m.kgf; o mesmo com
injeção direta de gasolina, 200 cv e 25,5 m.kgf;
e o de 2,0 litros com turbo e injeção direta para 274 cv e 37,2 m.kgf — números
suficientes para dispensar uma versão V6. Tanto o câmbio manual quanto o
automático tinham seis marchas.
Entre os itens disponíveis estavam comandos no volante para trocas de marcha,
rodas de 18 pol e teto solar panorâmico. Uma versão com
propulsão híbrida chegava ao mercado
norte-americano em fevereiro de 2011. Com o motor de 2,4 litros (em outros
países foi usado o de 2,0 litros) associado a um elétrico de 41 cv e bateria de
polímero de lítio, o Sonata Hybrid conseguia o consumo médio de 15,6 km/l de
gasolina. Mercados na região Ásia-Pacífico recebiam o modelo como i45, enquanto
para a Europa foi desenhada uma versão
pouco diferente e com opção perua, o i40.
Em mais de 20 anos de produção — quase 30 se considerado o Stellar —, o Sonata
atravessou a maior parte da história da ainda jovem Hyundai. E, nesse período,
acompanhou cada passo de sua evolução, dos estilos impessoais aos mais ousados,
da mecânica com tecnologia Mitsubishi aos motores próprios e até com versão
híbrida. |