
O leitor provavelmente já passou pelo ofuscamento, o mal-estar de
receber um facho de farol desregulado ou inadequado à situação do
carro que vem em sentido contrário. Para evitar este e outros riscos,
siga estas dicas sobre iluminação.
Alto, só em estrada
vazia Está no
código, mas nem todos respeitam: o facho alto dos faróis só deve
ser usado em estradas e sem que haja veículos no sentido contrário.
Podemos acrescentar: não deve também haver carros à frente na
distância coberta pelos faróis, pois o motorista seria ofuscado
através dos retrovisores.
Baixo, do pôr-do-sol ao amanhecer
Para muitos é surpresa saber
que a legislação exige o uso do farol baixo, mesmo na cidade, do
pôr-do-sol ao amanhecer. Quantos carros se vêem só com as lanternas
(sobretudo em São Paulo) e até sem nenhuma iluminação externa,
atitude irresponsável que deveria ser duramente fiscalizada e punida.
Deve-se entender que o farol, além de iluminar o caminho, faz
refletir a sinalização de trânsito e destaca o movimento do
veículo a motoristas e pedestres.

Neblina,
só sob nevoeiro Muitos
rodam apenas com os
faróis de neblina acesos, para um "ar esportivo" do carro.
É um erro: esse tipo de farol (indicado pela seta na foto acima)
possui uma linha de corte de facho
(acima da qual não iluminam) baixa e definida, justamente para que a
luz incida sob o nevoeiro e não haja reflexão nas partículas de
umidade. Usado na cidade, ele não ilumina a sinalização, incluindo as
importantes placas de "pare", além de ter um alcance
reduzido. Ajustá-lo mais alto pode amenizar isso, mas gera
ofuscamento porque, ao contrário dos faróis principais, os de
neblina não são assimétricos (não possuem facho desigual, mais
longo e concentrado à direita).
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Milha ou neblina?
Não confunda o farol de
neblina, de que falamos, com o de milha ou longo alcance. Este, em
geral montado em local mais alto (mas há exceções, como o antigo
Uno 1.5R/1.6R), é um complemento do facho alto e deve ser usado nas
mesmas situações, em estradas desertas.
Luz de neblina traseira Essa
lâmpada (indicada pelas setas na foto abaixo) visa a sinalizar o veículo ao trafegar sob nevoeiro ou chuva
forte, pois tem potência igual à luz de freio (21 watts, contra 5
das lanternas de posição). Use-a apenas nessas condições e
lembre-se de apagá-la quando o tempo melhorar. Rodar com uma forte
luz vermelha à frente irrita e é perigoso.

Cortesias urbanas
Você deve sinalizar suas
intenções com as luzes de freio e de direção, mas nada impede
certas cortesias no trânsito. À noite,
parado em um semáforo, procure não frear (a menos que não haja
veículos atrás, pelo risco de colisão) e retarde o uso da luz de direção se
já houver um carro atrás do seu: o motorista vai agradecer. O mesmo vale para certas ruas em que a inclinação
projeta os faróis baixos no rosto de quem está no lado oposto:
enquanto parado, mantenha só as lanternas acesas.
A importância da limpeza
Pilotos de teste costumam ter
obsessão por manter limpos os faróis e lanternas, lavando-os a cada
parada em postos durante um trajeto. Vale a pena: os faróis
perder muita eficiência com as lentes sujas, e as lanternas podem ficar
quase invisíveis. Na próxima lavagem do pára-brisa, peça também a
dos faróis.

Lâmpadas em ordem A
manutenção de faróis e lanternas resume-se a mantê-los regulados e
com lâmpadas funcionando. Como o teste das luzes de freio exige duas
pessoas, acione-as em um muro ou parede de modo a ver o reflexo de
ambos os lados pelos retrovisores. Habituado a esse teste, você logo
perceberá a perigosa queima de uma dessas lâmpadas. |