Em
um país onde o carro mais "barato" zero-quilômetro custa mais de 60
salários mínimos, é natural que o mercado de modelos usados seja
efervescente. Para todos os gostos e bolsos, para o primeiro carro ou
o segundo, terceiro, quarto da família, o mercado oferece opções
variadas, seja por meio de lojistas ou entre pessoas físicas. Mas é
fato conhecido que o carro usado pode ser uma fonte de dor-de-cabeça e
arrependimentos. A necessidade de certos cuidados é a diferença entre
uma compra feliz e uma desastrosa.
O primeiro ponto é ter certeza de que não se trata de veículo roubado.
Segundo a Fundação Procon de São Paulo, é imprescindível que o
interessado descubra, junto ao Detran (Departamento de Trânsito) e à
Polícia Civil, por exemplo, a situação do veículo quanto a multas e
furto. Observe também se o número do chassi gravado perto do motor,
nos vidros e em outros locais é o mesmo que consta no certificado de
propriedade do veículo. Os números e letras do chassi e da plaqueta de
identificação devem estar alinhados, com espaçamentos regulares e
contornos uniformes.
Se a documentação é importante, a parte mecânica também merece
cuidado. Como na maioria das vezes não se sabe como os antigos
proprietários cuidaram do carro, uma olhadinha superficial não garante
o sucesso da compra.
Onde comprar
Há muitas
maneiras de chegar a um bom carro usado. Uma delas, anúncios em jornal
ou na internet que levem a particulares, tem a vantagem de se conhecer
o proprietário e poder questionar alguns pontos relevantes. Por que
está vendendo o carro? Pretende comprar outro do mesmo modelo? Como
são seus hábitos de uso? As respostas costumam dar boas pistas sobre o
veículo.
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Comprar em lojas tem vantagens em termos de garantia (leia adiante),
mas elimina esses fatores. Além disso, é comum pagar entre 10% e 20% a
mais que no negócio direto com o particular, pois o lojista tem de
faturar em cima da venda e, em regra, não precisa de dinheiro com
urgência.
Qualquer que seja a escolha, comece por analisar o ambiente onde o
veículo é oferecido. Uma loja desorganizada, com vendedores pouco
solícitos ou que mude de endereço com freqüência é um sinal de que
eventuais problemas não serão resolvidos com facilidade. Da mesma
forma, as condições em que o carro de um particular era usado e
guardado podem indicar seu modo de conservar o veículo.

Descarte qualquer influência do que diz o vendedor sobre o que você
não pode confirmar. "Carro de médico" ou "de uma senhora que só saía
para ir ao supermercado" nada significam se o estado do veículo
indicar um uso pouco cuidadoso. Atenção também aos "opcionais" que na
verdade são equipamentos de série daquela versão: para evitar um
engano, verifique antes se há no BCWS a
avaliação do modelo e ano que deseja.
Continua
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