O conceito pode ser
aplicado também na dianteira, como no Fusca e na Kombi, com braços
arrastados sobrepostos, mas neste caso os resultados são inferiores aos
de um sistema com braços sobrepostos ou um McPherson.
O mau resultado deve-se à falta total de compensação da rolagem, em que
a cambagem das rodas acompanha a inclinação da carroceria, e à variação
do cáster, ficando por momentos
desigual entre uma roda e a outra, o que gera o já explicado shimmy.
Foi para tentar evitá-lo que o Fusca passou a vir com amortecedor de
direção em 1960.
Multibraço A
suspensão mais sofisticada hoje é a multibraço, ou multilink
no inglês. Como o nome diz, caracteriza-se por possuir vários braços —
no mínimo três — ligando a manga de eixo ao chassi. As várias ligações
permitem ao engenheiro fazer o que quiser com as rodas em seu curso
normal de suspensão, até mesmo trabalhar com a convergência ou
divergência resultante do curso e das forças de aceleração e frenagem.
Há também maior liberdade para ajustes, o que interessa a quem se dedica
a corridas e que seria bem mais difícil com suspensão de braços
sobrepostos ou McPherson.

Depois de 30
anos com eixo de torção, o Golf adotou na quinta geração o multibraço,
conceito que ganha adeptos a cada dia
Alguns carros passaram de eixo de torção a multibraço em uma nova
geração, como o Vectra (em 1995), o Peugeot 406 (em relação ao 405), o
Focus (ante o Escort) e o Golf (na quinta geração), visando a otimizar o comportamento em alta velocidade, usual
na Europa. Também equipa modelos de tração
traseira de marcas como BMW, Mercedes-Benz e Porsche (911). Pode
funcionar com qualquer meio elástico, mas só existe com molas
helicoidais e pneumáticas.
Semi-eixo oscilante
É uma das formas mais simples de suspensão... e a pior entre as
independentes.O eixo e a roda movimentam-se de maneira
pendular, o que acarreta grande variação de cambagem ao longo do curso. |
Ela passa de
negativa, com a suspensão comprimida, a positiva quando toda
distendida.

O precário
semi-eixo oscilante já assustou muita gente ao volante de Volkswagens,
Mercedes e do Corvair americano, acima
Todos conhecem essa suspensão: é a traseira do Fusca e da Kombi (esta
até 1974). Quem nunca viu — ou pior, sentiu ao volante — um desses
modelos com cambagem positiva acentuada em uma curva tomada em
velocidade?
O sistema pode ser usado com qualquer meio elástico, em eixos motrizes
ou não. Nos VW de motor traseiro sempre foi associado a barra de torção,
mas os Renaults Dauphine, Gordini e
1093 o usavam com mola helicoidal. Também era
assim no utilitário alemão Tempo, de tração dianteira, e em muitos
Mercedes-Benz antigos, até mesmo o clássico
300 SL de 1954. No
Triumph Spitfire inglês era usado feixe de
molas.
Duplo eixo em "I"

O Twin-I-Beam de alguns picapes
Ford: variação do semi-eixo oscilante
Suspensão usada em picapes da Ford (F-100 e F-1000 desde 1968, Ranger até 1997
e o atual F-250) com o nome de Twin-I-Beam, é uma variação do semi-eixo
oscilante. A diferença básica está no comprimento do semi-eixo, cujo centro de
articulação fica no lado oposto. Desse modo a variação de cambagem é menor,
mas continua a existir. É também uma solução crítica do ponto de vista de
comportamento. A mola é helicoidal. |