Por ser bastante leve e compacto, podendo ser montado completamente atrás do eixo dianteiro, o motor permitia ótima distribuição de peso, mas a direção era leve e instável. Seu outro grande atrativo era o preço e a beleza do desenho, fonte de inspiração para outras marcas por anos a fio. A Mazda aplicou esta motorização em protótipos de competição, sendo inclusive vencedora da 24 Horas de Le Mans, vitória muito contestada pelos demais competidores. |
Desde o Cosmo, de 1967, a Mazda vem investindo em soluções para os problemas do Wankel, como neste motor do conceito HRX2 |
E por que a Mazda via tanto interesse em
desenvolver esta tecnologia? Nos anos 60, o governo japonês
estava disposto a conquistar novos mercados e a Mazda,
para adquirir independência, resolveu investir num
projeto único, desenvolvendo seu próprio motor Wankel.
Seu primeiro veículo com motor rotativo foi o Cosmo, com
pequena produção iniciada em 1967. Era um GT de 2+2
lugares com semelhança ao Ford Thunderbird, dois rotores,
491 cm3 e 110 cv. Ficou em produção durante cinco anos.
Após esta experiência, a corporação ficou mais
confiante e lançou sucessivos modelos. Em 1971 a Mazda
vendeu 200 mil veículos com motor rotativo. |
Apresentado em 1995, o esportivo conceitual RX-01 evoluiu para o RX-Evolv quatro anos depois... |
A General Motors foi
outro grande investidor no projeto do motor rotativo, ao
lado da NSU e da Mazda. Em 1973, conseguiu sua licença
de produção e apresentou dois carros-conceito de dois
rotores, baseados no Chevrolet Corvette; logo depois
apresentou outro conceito com quatro rotores (saiba mais sobre o XP-897 GT). Em 1974, o Chevrolet Monza --
modelo diverso e bem maior que seu homônimo brasileiro
-- seria o primeiro veículo de série norte-americano
com este propulsor, mas as leis antipoluição
implantadas a partir desse ano colocaram em dúvida a
viabilidade do programa. Após ter investido muito dinheiro no projeto, a GM chegou a cogitar uma produção de 80% de seus veículos com motor rotativo a partir de 1980. Mas a legislação de emissões ainda mais rígida na Califórnia fez com que se abandonasse o projeto. Quando o então presidente Ed Cole, seu grande incentivador, se aposentou, o projeto foi para a gaveta. Citroën, Mercedes-Benz e Nissan também se utilizaram desta tecnologia. A marca francesa lançou dois veículos: o Ami6 e o GS Bimotor, sem grande sucesso e com vida bastante curta. Outro gigante europeu, o grupo Daimler-Benz, experimentou este propulsor no exótico carro-conceito C111, em 1969 no Salão de Frankfurt, nas versões de três e quatro rotores, com potência de 320 e 450 cv (saiba mais). No entanto, não chegou a colocar nenhum modelo em produção. |
...que resultou no recente RX-8. Há quem aposte no futuro do Wankel, hoje utilizado apenas por esse carro esporte da marca japonesa |
A Nissan conseguiu sua
licença de produção em 1970, apresentando seu protótipo
em 1972. Com expectativa de produção de 120 mil
unidades/ano, foi logo cancelada com a crise do petróleo,
em 1973. Nos últimos 30 anos poucas marcas tentaram desenvolver motores rotativos, e muitas das que investiram desistiram em curto espaço de tempo. A empresa mais persistente -- a Mazda -- alcançou os maiores progressos e mesmo assim não conseguiu superar o desenvolvimento dos motores convencionais. Desde o final dos anos 80 os implementos evolutivos se concentraram na aplicação de injeção eletrônica e turbocompressores (o modelo RX-7 13B), sem evoluir onde necessariamente precisava -- o elevado consumo e as altas emissões. Um carro-conceito da Mazda com motor rotativo, o RX-01 (saiba mais), foi apresentado em 1995 no Salão de Tóquio, sucedido mais recentemente pelo RX-Evolv (saiba mais), em 1999, e pelo RX-8, no Salão de Detroit deste ano (saiba mais). Há quem aposte em um grande futuro para o motor Wankel. |
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