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O Astra adere ao álcool

Versão 1,8 movida ao combustível vegetal tem menor
custo por quilômetro e desempenho superior

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Depois de representar 95% do mercado, nos anos 80, e ser quase extinto na última década, o carro a álcool retorna -- ainda que discretamente. Benefícios concedidos a taxistas, renovação da frota do governo com modelos a álcool e, sobretudo, uma notável vantagem de preço no abastecimento têm motivado os fabricantes a lançar novas opções com o combustível vegetal, como o recente Astra Sedan GL 1,8 que o Best Cars Web Site avaliou.

Sem alterações externas na versão a álcool, o novo Astra mantém as qualidades conhecidas: amplo espaço, suspensão robusta, ótima estabilidade

A única versão a álcool da linha Astra (a outra opção da General Motors é o Corsa Wind hatchback 1,0; leia avaliação) tem objetivo claro: conquistar os taxistas, que vêm abandonando o Vectra -- pelos altos consumo e custo de manutenção, segundo alguns deles -- e garantindo a permanência do Santana no mercado. Aproveitando o desconto de 20% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e 12% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a GM preparou para os motoristas de praça um preço interessante: R$ 20.466, incluídos ar-condicionado, direção assistida, alarme e controle elétrico dos vidros, travas das portas e retrovisores.

Para o consumidor particular o carro custa R$ 29.180, ainda assim uma vantagem de R$ 1.350 sobre o mesmo modelo a gasolina, e que se alia a outros benefícios. Um deles é o desempenho do motor a álcool, beneficiado pela alta taxa de compressão (saiba mais sobre as mudanças): o torque máximo passou de 15,8 m.kgf a 4.800 rpm, do Astra a gasolina, para 16,8 m.kgf a 2.400 rpm. A potência permanece de 110 cv, mas a regime mais baixo (5.200 rpm contra 5.400 rpm).

O interior vem ganhando aprimoramentos, como conta-giros, tomada 12V para acessórios e mostrador digital com relógio e temperatura externa. Mas ainda há pontos a corrigir

A menor rotação de torque é relativa, pois o motor a gasolina possui um "pico" a cerca de 2.400 rpm e outro maior a 4.800 rpm, sendo apenas aparente a falta de força em baixos regimes. Para aproveitar o maior torque, a relação de diferencial foi alongada, o que tornou esse Astra muito agradável de dirigir: as respostas ao acelerador são rápidas sem que o nível de ruído se eleve muito, mesmo em alta velocidade. Apesar da aspereza gerada pela maior taxa de compressão, há boa suavidade de funcionamento.

A velocidade máxima e a aceleração melhoraram (veja tabela comparativa). O trunfo desse Astra, porém, é a economia ao abastecer. Com o álcool ao preço médio de R$ 0,95, bastariam R$ 49,40 para encher todo o tanque, enquanto o de gasolina, à média de R$ 1,75, sairia por R$ 91,00. Embora o consumo médio tenha aumentado de 11,9 km/l para 9,2 km/l com a troca de combustível (ambos dados da GM), o custo por quilômetro rodado ainda é 30% menor.

O maior torque do motor a álcool permitiu alongar a relação de transmissão, o que tornou este Astra muito agradável e silencioso no uso rodoviário, sem perder em agilidade

Há, porém, inconvenientes: o Astra a álcool tem autonomia média de 481 km, ante 619 km da versão a gasolina, o que implica mais reabastecimentos; é preciso manter o reservatório de gasolina, necessário para partida a frio; e alguma hesitação nos primeiros instantes de funcionamento pode ser percebida. Estranha-se também a rotação elevada, quase 2.000 rpm, que o motor pode atingir por momentos ao ser ligado a frio, justamente quando a lubrificação é menos eficaz (o óleo está mais viscoso e concentrado no cárter). Continua

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