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Mais conforto, não só no câmbio


Melhor acabamento, controlador de velocidade e uma transmissão automática com recurso inovador são novidades do Astra CD

Texto e fotos: Fabrício Samahá

A progressiva aceitação da transmissão automática pelos brasileiros encorajou a GM a recolocar essa opção em sua linha médio-pequena -- sim, recolocar, pois o Kadett a havia oferecido por vários anos. A diferença é que, em vez do câmbio de três marchas daquele modelo, o que surge agora para o Astra é um moderno quatro-marchas com gestão eletrônica e o inédito controle de neutro.

Esse recurso, introduzido pela Opel (braço alemão da General Motors) já em 1995 no Vectra, chega enfim ao Brasil para eliminar um inconveniente dos automáticos: a "briga" entre a transmissão, que sempre tenta movimentar o carro com qualquer marcha engatada, e o motorista, que o mantém imobilizado através dos freios. Não é difícil perceber que nessa disputa perdem ambos: o câmbio, que se desgasta mais, e o usuário, que obtém um consumo de combustível desnecessário.

As linhas externas do Astra são bem conhecidas, mas a versão CD com transmissão automática traz boas novidades em itens de conforto e conveniência
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Com o controle de neutro, a transmissão passa ao ponto-morto (apenas internamente, pois a alavanca permanece em drive) quando o freio é aplicado com o veículo a até 3 km/h, situação típica das esperas no semáforo e em congestionamentos. Liberado o freio, o câmbio retorna a drive. É verdade que o motorista poderia fazê-lo manualmente, mas além do trabalho isso geraria um gradual desgaste do sistema, não sendo recomendado em curtas paradas.

A GM não informa qual a redução de consumo obtida, mas dados da Opel apontam para 3% a menos no ciclo urbano padrão. Como este ciclo é bastante brando, no uso prático a diferença tende a ser maior -- e será mais significativa quanto mais engarrafamentos houver em seu dia-a-dia. A atuação do sistema é discreta e passará despercebida pela maioria dos motoristas. No entanto, pode ser constatada em um teste com o auxílio da função de consumo instantâneo do computador de bordo.

Clique para ampliar a imagem O Astra no Horto Florestal de Campos de Jordão, SP: bom desempenho em todas as situações e uma função de inverno no câmbio, que no Brasil facilita muito o tráfego por pisos enlameados

No carro avaliado, com o câmbio em drive e o pedal de freio pressionado, o mostrador indicava o consumo de 1 litro por hora (sem uso do ar-condicionado). Se o pedal fosse liberado, mantendo-se o carro imóvel pelo freio de estacionamento (condição em que o câmbio retorna a drive), o consumo subia para 1,2 litro por hora. Ou seja, com o controle de neutro a economia era de quase 16% nessa condição específica -- ainda que esses 200 ml por hora de congestionamento possam não parecer muito.

À parte a novidade, a transmissão automática do Astra -- oferecida apenas para o motor 2,0 de oito válvulas e 116 cv, tanto no hatchback quanto no três-volumes -- é a mesma conhecida do Vectra, usada também pela Fiat no Marea (saiba mais sobre técnica). Naturalmente, algum prejuízo em desempenho e consumo ocorrem no Astra automático em relação ao de câmbio manual.

Nem parece aquele GM de interior preto e quente: o novo CD vem com acabamento em cinza-claro, que o tornou muito mais agradável e com sensação de maior espaço. Nota 10 para a mudança
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Segundo a GM, a velocidade máxima cai pouco, de 188 para 186 km/h, enquanto a aceleração de 0 a 100 km/h passa de 10,5 para 11,8 s. No consumo, pouca diferença: 9,5 km/l em cidade e 14,1 km/l em estrada com o automático, contra 9,7 e 15,1 km/l, na mesma ordem, do manual. São preços pequenos a pagar pela comodidade -- e nem mesmo um pedal de freio maior, para permitir seu uso pelo pé esquerdo, foi esquecido. Continua

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Data de publicação deste artigo: 2/2/02

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