Ambos os motores são silenciosos e isentos de vibrações, a suspensão passa bem por lombadas e irregularidades e o câmbio tem comando suave, com a marcha a ré acionada com anel como em modelos GM. Contudo, ruídos de vento e ao rodar em piso irregular foram observados. O retrovisor esquerdo ofereceria melhor campo de visão se fosse convexo, como no antigo Clio, em vez de plano.

A maior deficiência das versões 1-litro é a indisponibilidade no momento de direção assistida, item requisitado hoje mesmo em carros do segmento inferior. Sem ela, conduzir o Clio pela cidade exige um ligeiro esforço e o incômodo de esterçar mais para obter a mesma resposta nas rodas. A Renault prometeu sanar a falha no primeiro trimestre, quando haverá maior oferta do sistema pelos fornecedores, oferecendo-a como opcional no RL e RN.

Nas versões superiores, o motor de 1,6 litro e 90 cv faz do dirigir um prazer. Nota-se o bom torque para o peso do veículo, a suavidade em alta rotação (ainda que não "gire" muito, cortando a injeção com pouco mais de 6.000 rpm) e as retomadas com disposição, mesmo rodando com quatro adultos. A quinta marcha não é curta demais (gera cerca de 3.000 rpm a 100 km/h, como referência), mas as demais revelam escalonamento com ênfase na agilidade. Os pneus são mais largos: 175/65 contra 165/70 do motor mais fraco.

Além da segurança, que inclui cintos de três pontos para quatro dos passageiros em toda a linha, a Renault apóia-se na manutenção fácil (revisões a cada 40.000 km, com troca de óleo a cada 20.000), assistência 24-horas por dois anos, ampla garantia contra corrosão (seis anos, um a mais que o Gol) e rede de concessionárias em franca expansão, com meta de 150 no final de 2000.

O novo Clio vai enfrentar rivais de peso, como o renovado Fiesta (leia avaliação) e o futuro Peugeot 206 nacional, mas pode mesmo levar a marca francesa à posição almejada. A concorrência que se cuide.