Acima do também imenso pára-brisa há um amplo porta-objetos perfurado, que se soma a muitos outros por todo o interior. Os pára-sóis são grandes mas não se movem para as laterais, o que implica viajar com sol intenso de lado, com prejuízo até à segurança -- um ponto a ser revisto com urgência. As mulheres também não vão aprovar a ausência de espelho de cortesia em ambos os lados.

O painel conta com as informações essenciais, mais conta-giros e um computador de bordo básico, que não indica consumo instantâneo. Há também luz indicadora de porta mal fechada. A iluminação alaranjada inclui o rádio/toca-CD, que fica muito forte à noite e não tem controle de intensidade. Interessante o ajuste elétrico dos faróis, com dois botões e um indicador digital da posição escolhida no painel. Deveria haver mais luzes de cortesia (apenas duas) e alguns porta-copos; e o ajuste dos encostos dianteiros seria mais preciso de usasse botão giratório em vez de alavanca.

Ótimos os difusores de ar do painel, ao estilo Alfa Romeo. Tanto o ar-condicionado quanto a ventilação natural são bastante eficientes, indicando o devido cuidado com o volume interno e a facilidade de aquecê-lo sob sol, devido aos amplos vidros. Estes, aliás, são corrediços na parte central do carro e basculantes na traseira, ficando apenas os dianteiros com controle elétrico (um-toque para o motorista apenas, com temporizador).

O banco central (no caso do sete-lugares) oferece amplo espaço em todas as direções, inclusive para as pernas, e três encostos de cabeça. Os traseiros, opcionais, são apenas para crianças, pois não há conforto para um adulto -- chega a ser pior que a minivan Zafira, o outro modelo nacional com esse recurso. Guardá-los nas laterais é fácil, mas toma um bom espaço do porta-malas, que sem eles chegaria a excelentes 750 litros apenas até a base dos vidros laterais. As portas traseiras podem parar a 90° ou abrir em quase 180°; o estepe fica sob a carroceria.

Rodar de automóvel   A primeira impressão de que tem de um utilitário de lazer é que os passageiros serão tratados como carga no que toca ao conforto de rodagem. O Doblò desmente essa tese: mesmo com eixo rígido e molas semi-elíticas na traseira, configuração típica de picapes e furgões, ele passa com suavidade pelas irregularidades e lombadas do dia-a-dia (há batente hidráulico na distensão dos amortecedores) e cansa menos do que espera em longos percursos. É bem mais confortável que qualquer picape e que muitos utilitários-esporte, como o Blazer.

Naturalmente deve ser conduzido com mais cuidado que um automóvel, pois a elevada carroceria inclina-se mais em manobras rápidas e curvas fechadas. Mas o comprador desse tipo de carro, ciente dessa limitação, pode até se surpreender com o bom comportamento dinâmico do Fiat. Outra grata surpresa é o câmbio, montado no painel, posição bem melhor que distante no assoalho, como na Zafira. Com engates suaves e precisos, possui marcha à ré sem travas desnecessárias, ao contrário da linha Palio.

E o desempenho? Bem adequado a um uso familiar, sem a menor pretensão esportiva. O torque bem presente em baixa rotação (saiba mais) acompanha o fluxo na cidade e na estrada sem problemas, mesmo que a transmissão não seja curta em excesso -- a 120 km/h, em quinta marcha, são adequados 3.850 rpm. As coisas se complicam mesmo é nas subidas, sobretudo com o carro carregado, condições em que o elevado peso dificulta a aceleração. Continua