Suspensão multibraço Os motores do Focus são unidades ainda modernas, embora o Mondeo 2001 já as esteja substituindo na Europa (saiba mais). Adotam duplo comando, quatro válvulas por cilindro e injeção multiponto seqüencial, além de cárter estrutural de alumínio (o bloco é de ferro, ao contrário das versões de 1,4 e 1,6 litro européias). Sua potência está bem inserida na categoria: o 1,8 tem 115 cv, mais que Xsara, Astra e Peugeot 306, embora abaixo do Brava HGT; o dois-litros chega a 130 cv, pouco menos que Astra 16V (que agora tem 136 cv), mas bem acima do Mégane, Astra e Bora de oito válvulas. |
A
suspensão é a mais moderna da categoria: multibraço na
traseira e com subchassis em ambos os eixos.
Cada motor utiliza um câmbio específico, mas não há
opção de automático (clique na imagem para ampliá-la) |
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O torque máximo (16,3 m.kgf no motor menor
e 17,9 m.kgf no maior) poderia estar em regime mais baixo,
como todos buscam hoje, mas a marca alega que ambos
oferecem 80% do valor total entre 1.500 e 6.000 rpm. De
acordo com o fabricante, o Focus hatch 1,8 alcança
velocidade máxima de 194 km/h e o dois-litros de 205 km/h,
com aceleração de 0 a 100 km/h em 10,4 e 9,8 segundos,
na mesma ordem. São marcas bastante boas, assim como o consumo declarado, com até 14,8 km/l em estrada (hatch 1,8). A transmissão do 1,8, a mesma do Escort, é fabricada em Taubaté, SP, e a do dois-litros na Argentina. Ambas adotam comando por cabo, mais preciso que o tradicional por varão, e embreagem de acionamento hidráulico, que se mantém suave por muito tempo e não transmite vibrações. |
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Os motores são os conhecidos Zetec 16V do Escort e do Mondeo, com potência (115 e 130 cv) bem inserida na categoria. O mais potente (foto) leva o três-volumes a 205 km/h |
O engate da marcha a ré
as diferencia para o motorista, pois só o dois-litros
requer uso de anel-trava -- no 1,8 é direta, como uma
sexta marcha. Ambas recorrem a relações longas, que
produzem cerca de 3.000 rpm a 120 km/h, garantia de
conforto em estrada. Esperamos que a "torcida das
marchas curtas" não leve a Ford a eliminar esse
ponto positivo do Focus, como aconteceu com vários
nacionais (o mais recente foi o Mercedes A 160). O novo carro possui suspensão traseira multibraço, como a do Vectra, que busca melhor posicionamento das rodas em qualquer tipo de curva, com ou sem carga, acelerando ou não. Seus componentes são estampados, para menor peso, e a marca informa reduções de atrito de 20% na direção e 30% na suspensão. A dianteira é convencional, McPherson, e ambas adotam subchassi. O Focus sul-americano, além dos motores adequados às gasolinas locais, adota pratos mais altos na suspensão dianteira, molas mais longas (altas) e novos batentes, incluindo hidráulicos para os amortecedores -- medida importante para passagem suave por lombadas, mas esquecida em diversos modelos vendidos aqui, como Citroën Xsara, Peugeot 206 e Chrysler Neon. A altura livre do solo cresceu 10 mm. |
O preço ainda é guardado em segredo, mas a expectativa é de que o básico custe cerca de R$ 30 mil, e o três-volumes sem opcionais, algo como R$ 38 mil | ![]() |
A direção, assistida,
é bastante rápida: apenas 2,9 voltas entre batentes. Os
freios de série do 1,8-litro são a tambor na traseira,
enquanto o dois-litros (e o 1,8 como opcional) adota
discos em todas as rodas, sistema antitravamento ABS e
distribuição eletrônica de pressão entre os eixos (EBD).
Os pneus também são diversos, com maior largura e rodas
de 15 pol nos Focus mais caros. Há controle de tração
(desligável) na versão Ghia, item inédito no segmento,
mas de pouca utilidade no Brasil. E como é dirigir a novidade? A Ford proporcionou aos jornalistas um bom percurso de avaliação no lançamento no Uruguai: 120 km com uma versão, 45 km com outra. Logo de início percebem-se a amplitude do interior e o baixo nível de ruído -- tanto mecânico quanto aerodinâmico e de rolamento --, frutos do projeto moderno. As respostas dos motores são boas diante dos concorrentes, para o que concorre o peso abaixo da média do segmento. |
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Depois de certa timidez nos últimos anos, a Ford se revitaliza com um dos mais modernos e premiados carros do segmento |
As marchas longas
contribuem para o baixo nível de ruído em estrada. A
suspensão absorve muito bem as irregularidades e vai
agradar bastante em comportamento dinâmico. É mais
firme e precisa que no Brava e no Golf, sem ser dura como
a do Astra. Ou seja, a tradição da marca de suspensão
macia não foi ofendida, mas o Focus está apto ao
dirigir rápido sem más surpresas. Surpresa mesmo seria não obter boa aceitação com esse automóvel moderno, bem-equipado e, conforme promessas da Ford, de preço competitivo. Ao que parece, depois de duas gerações do Escort (saiba mais sobre seu futuro), a Ford parte para uma terceira fase de sucesso no segmento dos médio-pequenos, que tanto vem crescendo no mercado brasileiro. |
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