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Fiesta com roupa de briga

Com motores de 1 e 1,6 litro, a versão Sport chama
atenção nas ruas, mas requer alguns acertos

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Confirmando a tendência de versões esportivas apenas na aparência, sem grandes modificações mecânicas -- Palio Weekend Sport, Escort RS e, mais recentemente, Astra Sport --, a Ford coloca nas ruas no início de junho uma série limitada com visual bem interessante: o Fiesta Sport.

Ainda sem preço definido, a série -- de 1.000 unidades, não sendo descartada sua continuidade se a resposta do mercado for positiva -- vem em configuração única (cinco portas e na cor vermelha). Mas há opção de motores Zetec Rocam de 1 litro e 65 cv (GL Sport) e 1,6 litro, 95 cv (GLX Sport). Sugerimos a oferta de outros tons, como preto e prata, pois nem todo apreciador de esportivos deseja a cor disponível.

As maiores novidades estão na frente, com a polêmica tela cromada. Traseira ganhou saia no pára-choque e o aerofólio é de série
Apenas ar-condicionado é opcional com o motor menos potente: o restante vem de série, como o próprio ar na versão 1,6, direção assistida, controles elétricos de vidros e travas (faltam os de retrovisores), pára-brisa degradê, banco traseiro bipartido, chave com iluminação e preparação de áudio. A Ford insiste, porém, em não fornecer o carro com sistema de som de fábrica, devendo ser aplicado em concessionária.

As principais novidades do Sport estão na frente, com um spoiler agressivo aplicado ao pára-choque, faróis de neblina redondos, luzes de direção com lente incolor e, no lugar da grade, uma tela trançada e cromada, que contrasta com a carroceria -- o item mais polêmico da versão.

Aplicação de cor alumínio no painel e pomo do câmbio foi mais adequada que no Palio Fire. O volante tem textura especial na região de pega
Laterais e pára-choque traseiro também receberam saias e são de série rodas de alumínio de 14 pol, com acabamento polido e fundo escuro, e aerofólio no topo do vidro, além de ponteira de escapamento cromada e ovalada. O conjunto está equilibrado e vai conquistar seu público.

O interior ganhou apenas retoques cosméticos, na combinação de cores. Bancos e painel são os mesmos, mas o revestimento é cinza-escuro e o volante tem textura na região de pega. Inspirado no Puma, cupê europeu derivado do Fiesta (à semelhança do Tigra em relação ao Corsa), painel e pomo do câmbio têm cor de alumínio. O detalhe pode não agradar a todos mas, sem dúvida, foi mais bem aplicado que na linha Palio Fire -- além de o tom de prata adotado não poder ser confundido, como o da Fiat, com plástico desbotado.

Item a ser revisto: sem ajuste de altura, o banco permite posição de dirigir adequada, mas fica alto demais para uma versão esportiva

Da parte mecânica, apenas as molas da suspensão foram enrijecidas e os amortecedores passaram a pressurizados. Até a medida dos pneus, 175/65, foi mantida, embora fosse interessante que a versão 1,6-litro passasse aos 185/60, para ganho em aparência e velocidade em curva.

Agilidade

Embora intocado, o motor de 1,6 litro, oito válvulas e 95 cv, único disponível para avaliação no evento promovido pela Ford, mostra desempenho adequado à proposta do Fiesta Sport. Acelera e retoma com grande agilidade e mantém velocidade sem esforço aparente, primando pela suavidade de funcionamento. O escapamento emite um ronco discreto.

Molas e amortecedores modificados trazem bom comportamento dinâmico, sem prejuízo ao conforto
Os engates de câmbio não comprometem, mas poderiam ser mais curtos e precisos para uso mais entusiasmado. Ponto alto é a embreagem macia, de comando hidráulico. No percurso de avaliação, pelas vias Anchieta e Imigrantes, em São Paulo, foi possível perceber a boa calibragem da suspensão, que o mantém firme e sem balanços, mas não compromete o conforto.

O que a Ford deveria rever são o banco e volante sem regulagens de altura. Mesmo obtendo posição de dirigir adequada, o motorista não se sente numa versão esportiva, em função da altura elevada do assento. Os mais altos chegam a ter de reclinar o encosto para não roçar a cabeça no teto. Ka e Escort também deixam a desejar esses ajustes, mas em nenhum deles o espaço vertical é tão crítico quanto no Fiesta.

Motor e câmbio não mudam, mas estão adequados ao perfil da série. O mesmo talvez não possa ser dito do um-litro, embora esteja entre os melhores da categoria

Os compradores da série ficarão também sem destravamento das portas a distância, encostos de cabeça traseiros e relógio, itens importantes e muito comuns hoje. Mas vão chamar muito a atenção nas ruas -- com um pacato Fiesta que parece ter passado por uma boa oficina de preparação estética.

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