Mais áspero
O motor 1,4
de duas válvulas por cilindro dá conta do recado, embora não tenha o
brilho das unidades de 16 válvulas da marca. O carro avaliado estava com
etanol no tanque e pôde-se perceber ligeira aspereza sob aceleração,
indicação de curva de avanço de ignição no limite visando a maior
elasticidade possível. Teria sido interessante comparar com outro
veículo abastecido com gasolina, mas no motor 1,6 da marca a menor
suavidade com álcool também já fora percebida.
O preço subiu com o
motor flexível, mas um ganho
de potência ocorre mesmo ao usar gasolina
Como
a potência máxima ocorre a 5.250 rpm, a 5.600-5.800 rpm percebe-se que
não adianta insistir muito mais, como numa ultrapassagem, sendo
aconselhável passar para a marcha superior, embora o corte de rotação
seja a elevadas 6.500 rpm. Mas no geral o desempenho é adequado para as
várias situações de tráfego e tem tudo para satisfazer o grande público.
O C3 como um todo é muito agradável, em especial o volante e o sistema
de direção perfeitos, pois a assistência elétrica reduz-se em degraus
definidos à medida que a velocidade aumenta. |
Agradam também o fim de curso do acelerador com batente metálico,
definido, e o comportamento em curva. A 120 km/h indicados o motor está
a 3.500 rpm: bom por um lado (ruído e consumo), mas ruim por outro, pois
indica um resultado final algo longo. A 171 km/h de velocidade máxima
declarada com gasolina (173 km/h com etanol), o motor estaria a 5.000
rpm, sem atingir a rotação de potência máxima. Um arranjo
4+E, com velocidade máxima em quarta,
melhoraria tudo.
A aceleração é compatível com a cilindrada do motor (1.360 cm³) e o peso
de 1.010 kg (contribui o bloco do motor de alumínio), sendo possível ir
de 0 a 100 km/h em 12,1 ou 12,0 segundos, gasolina e álcool. A Citroën,
a exemplo de outros fabricantes, não informa o consumo de combustível
conforme normas técnicas. Usando etanol, o tanque de 47 litros
certamente obrigará a visitas algo freqüentes aos postos de
abastecimento. A única diferença externa no 1,4 Flex é o logotipo sob o
emblema C3 da traseira. Continua, infelizmente, a falta da faixa degradê
no pára-brisa, algo que fábrica devia se preocupar em resolver o quanto
antes, pois é de fácil solução e nosso mercado gosta.
A nova versão chega num momento inadequado, em que o preço do etanol
está num patamar tal que desestimula seu uso. Mas, filosoficamente,
parece tudo certo: é um bom carro a gasolina que pode queimar álcool...
e que ganhou um pouco de potência. Se em 2005 o C3 vendeu 64% mais que
no ano anterior, chegando a 12.795 unidades no varejo, e só com meio ano
de motor 1,4-litro disponível, tudo indica que a Citroën tem a melhor
das perspectivas em relação a sua nova versão flexível, que se junta à
de 1,6 litro. |
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