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O VTR na avaliação: desempenho e comportamento corretos, mas sem entusiasmar, e alto nível de ruído trazido pelo encurtamento do câmbio para o Brasil

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O motor 2,0 de 143 cv tem boa potência desde baixa, mérito do variador do comando de válvulas; os pneus 195/65-15 foram uma escolha conservadora demais

 
Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 85 x 88 mm. Cilindrada: 1.997 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Injeção multiponto seqüencial. Potência máxima: 143 cv a 6.000 rpm. Torque máximo: 20,4 m.kgf a 4.000 rpm.
CÂMBIO - manual, 5 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência eletroidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção.
RODAS - 15 pol; pneus, 195/65 R 15.
DIMENSÕES - comprimento, 4,274 m; largura, 1,769 m; altura, 1,468 m; entreeixos, 2,608 m; capacidade do tanque, 60 l; porta-malas, 314 l; peso, 1.279 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 207 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 9,2 s.
Dados do fabricante; consumo não disponível

Motor conhecido   Ao deixar de fora a picante versão de 180 cv, a Citroën optou por uma mecânica já familiar: o 2,0-litros de 16 válvulas e 143 cv, com variador do comando de válvulas, que também equipa o C5 e o 307 (o de 138 cv, usado na Picasso e no antigo Xsara, não trazia o variador). É sem dúvida um motor atual e com qualidades, como a boa distribuição de torque, mas não se espere desempenho brilhante por causa do peso de 1.279 kg. A aceleração de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, conforme o fabricante, parece otimista.

A fábrica definiu para nosso mercado um exagerado encurtamento de 15% no diferencial, o que deixa o carro mais "esperto" à custa de elevada rotação em velocidades de viagem. A 120 km/h já são 3.550 rpm, mais que o necessário em um 2,0-litros com bom torque como este. Se está bem calculado para velocidade máxima (a 207 km/h, como informado, são 6.100 rpm), o câmbio ficou curto demais para o uso rodoviário, parecendo o de um motor 1,6. A Citroën continua a não informar consumo.

O C4 é mais um francês — outros são C3, 307 e o atual Clio — a abandonar a suspensão traseira independente por braço arrastado e barras de torção de seu antecessor, passando ao eixo de torção com molas helicoidais (conheça melhor os tipos). No Brasil vem com altura de rodagem 10 mm maior e nova calibração. A plataforma é a mesma do 307, com o qual o C4 partilha cerca de 55% das peças. A direção usa assistência eletroidráulica, que varia conforme a velocidade e o ângulo de esterço, e os freios são dos melhores, com discos nas quatro rodas, ABS, distribuição eletrônica entre os eixos e assistência adicional de frenagem (mecânica).

Dirigido pela Rodovia D. Pedro I, na região de Atibaia, SP, por cerca de 100 km, o VTR causou boa impressão. O desempenho é suficiente, embora falte o tempero adicional que se espera de uma versão esportiva, e há boa potência em baixa rotação. São baixos os ruídos aerodinâmicos, mas o motor "urra" em demasia a partir de 4.500 rpm e chega ao limite de giros dando menos satisfação do que se gostaria. Já o comando de câmbio é ótimo, incluindo o engate da marcha à ré, sem trava desnecessária. O volante, embora com apenas dois raios, traz apoios para os polegares em posição ideal no aro. Críticas são as colunas dianteiras muito avançadas, que geram pontos cegos.

O percurso previa quase que apenas retas, onde o comportamento mostrou-se sereno mesmo em velocidades típicas de Alemanha, com peso correto de direção e movimentos de carroceria bem controlados. Notável também a absorção de irregularidades, no que os pneus de perfil alto ajudam muito. Faltou lugar para senti-lo nas curvas, mas a impressão inicial foi de que os pneus Michelin não esportivos (tanto em medida quanto em modelo) perdem aderência e "gritam" um tanto cedo. Já se percebe que o carro seria outro com "sapatos" mais coerentes.

O C4 demorou mais do que se esperava para chegar ao Brasil e, como não virá com o motor mais "quente", deixará sem sucessor à altura o lendário Xsara VTS de 167 cv. Mas isso é compensado pelo preço muito competitivo ao de modelos nacionais mais antigos e menos equipados, algo que tem sido comum na marca. O desenho atraente e a forte identidade desse francês, associadas às muitas qualidades, devem lhe garantir um bom espaço entre os médios de topo.

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