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No enorme interior, poucas mudanças: instrumentos, rádio/CDs com função MP3 e o apoio de braço dianteiro

Engatam-se a tração total e a reduzida no painel, como no Ranger, mas a roda-livre pode ser desligada nos cubos, uma prevenção para eventual dano no sistema

A trava pelo botão Lock serve também para o evento de falha no sistema automático, como ao abrir uma trilha e um galho arrancar a mangueira de vácuo que comanda o sistema, deixando o eixo dianteiro em roda-livre.

Com o novo conjunto motriz, o F-250 de cabine simples 4x4 acelera de 0 a 100 km/h em 14,2 segundos, de acordo com a Ford, enquanto com cabine dupla demora mais 0,6 s. No 4x2 os números são de 13,9 e 14,2 s, na ordem. A velocidade máxima é limitada a 160 km/h em todos eles. O tanque agora leva 110 litros de diesel, 12 a mais do que o anterior.

A suspensão recebeu amortecedores traseiros montados do lado de fora do chassi. Em contrapartida, na dianteira há um retrocesso: o já precário sistema independente por duplo eixo em "I" da versão 4x2 dá lugar, na 4x4, ao arcaico eixo rígido (conheça estes e outros sistemas de suspensão). Parece que também aqui a Ford "aprendeu" com a concorrência, pois é o que também usa o Ram... Ao menos poderia ser adotado o eixo do atual F-250 americano, com molas helicoidais em vez do feixe de molas semi-elíticas. A altura ampliada resulta em um ângulo de ataque de 31 graus (23° no 4x2) e de saída de 26° (24°). Na versão de cabine simples o vão central cresceu de 25 para 27° e, na de cabine dupla, de 23 para 24°. O diferencial traseiro está a 21 centímetros do solo e o 4x4 pode superar trechos alagados de até 90 cm.

O motorista — que precisa de carteira de habilitação da categoria C, por causa do peso bruto total de mais de 3,5 toneladas — comanda tudo isso de uma cabine que pouco mudou: apenas novos mostradores e bancos dianteiros individuais, com um console central entre eles na versão de cabine dupla. O espaço continua bom, bem como a posição de dirigir. Quem vai atrás na cabine dupla tem um verdadeiro latifúndio, onde até os passageiros mais altos cruzam as pernas sem dificuldades.

As versões não mudam. A mais simples é a XL, disponível para cabine simples 4x2 e 4x4 e para cabine dupla só 4x2 — incoerente não haver a tração integral, já que seria a combinação ideal para uso utilitário que requeira boa aderência e capacidade para mais de três ocupantes. Conta com grade e pára-choques em cinza, rodas de aço de 16 pol com pneus 235/85, ar-condicionado, direção assistida, vidros, travas e retrovisores com comando elétrico, freios com sistema antitravamento (ABS) só nas rodas traseiras, ajuste de altura do banco do motorista e estribo tubular, entre outros.

A topo de linha XLT adiciona bolsa inflável frontal para motorista, grade e pára-choques cromados, rodas de alumínio de 16 pol em pneus 265/75, rádio/toca-CDs com MP3, volante com ajuste de altura, janela traseira corrediça (também no XL de cabine dupla) e estribo do tipo plataforma. O protetor de caçamba, item que deveria ser de série em um carro desse porte e preço, é vendido como acessório nas concessionárias e falta a faixa degradê no pára-brisa. As versões 4x2 mantêm a suspensão e, na de cabine simples, a caçamba de 2,10 metros.

Serra e barranco acima   O BCWS avaliou o F-250 4x4 em um percurso de 120 quilômetros entre a cidade de Gramado e o Parque Nacional de Aparados da Serra, na Serra Gaúcha. Nos cerca de 100 km de asfalto o picape se comportou bem, com o bom torque do novo motor. Seu funcionamento ainda é um pouco ruidoso, mas em comparação com o antigo 4,2 nota-se o melhor desempenho, com mais fôlego em regimes baixos e médios. Segundo a Ford, a 1.000 rpm já produz 41 m.kgf (27,5 no anterior) e na faixa entre 1.300 e 2.800 rpm supera o torque máximo do MWM. Em rotações mais altas, entretanto, o seis-cilindros nos parecia superior. Continua

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