Faltam alguns itens de conforto,
mas o novo utilitário esporte da Toyota agrada muito: a diferença de
preço diante de Blazer, XTerra e Pajero Sport é bem justificada |
Novidade do SW4, tanto comparado ao picape quanto aos concorrentes
Blazer e XTerra, é a tração integral permanente (leia
boxe). Além de mais curto entre os eixos (2,75 m contra 3,08 m do
picape), o chassi tem suspensão traseira própria, em que os feixes de
molas semi-elíticas dão lugar a molas helicoidais, vantagem importante
sobre os adversários citados (o Pajero usa a mesma solução). O câmbio
opera bem e seu percurso sinuoso facilita as mudanças manuais — de
quarta para terceira basta um movimento lateral, o que evita o risco de
erro.
Embora o percurso de avaliação em asfalto, em Atibaia, SP, tenha sido um
tanto limitado, o BCWS pôde rodar cerca de 30 quilômetros em
estrada de terra precária, onde se notou boa absorção de impactos e
sensação de muita robustez. Também foi possível ver a eficiente tração e
o bom curso da suspensão ao movimentar o veículo em obstáculo diagonal,
com a roda dianteira direita e a traseira esquerda quase no ar. O carro
só não gosta mesmo de lombadas, onde o eixo pesado salta e prejudica o
conforto. Os pneus têm nova medida, 265/70 em rodas de 16 pol, e desenho
para uso misto.
O que não agrada no SW4? Faltam extensão de ar-condicionado para o banco
traseiro (difusores no teto, como os do Land Cruiser Prado, seriam
ideais), teto solar, luzes de leitura atrás (há apenas a luz central,
que pode incomodar o motorista), encosto de cabeça e cinto de três
pontos para o quinto ocupante, espelho no pára-sol do motorista e
iluminação para ambos os lados. Também seria bom ter comandos de áudio
no volante, o revestimento deste em couro e uma terceira fila de bancos,
todos disponíveis em mercados externos. E um comando elétrico para
reduzida e bloqueio de diferencial seria mais estético que a alavanca no
console.
Mas são pormenores que não afetam o brilho de um grande trabalho da
Toyota. Do estilo à tração integral, passando pelo motor, o ambiente
interno e a suspensão, o novo Hilux SW4 parece décadas à frente do
Blazer e do XTerra e, na maioria desses aspectos, deixa para trás também
o Pajero Sport. Se a marca japonesa já tem trabalhado no limite de
produção, graças ao êxito no picape, ela pode apostar em um agradável
problema para atender à previsível demanda pela novidade. |