Um brilhante V8 de 355
cv, moderna tração integral, suspensão com farta eletrônica:
mecânica de primeira
O X5 no autódromo paulistano:
comportamento e agilidade que parecem de um veículo bem menor
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MOTOR
- longitudinal, 8 cilindros em V; duplo comando nos cabeçotes,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 93 x 88,3 mm.
Cilindrada: 4.799 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto seqüencial. Potência máxima: 355 cv a 6.300 rpm. Torque máximo:
48,4
m.kgf a 3.400 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração integral. |
FREIOS
- dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente, braços sobrepostos; traseira,
independente, multibraço. |
RODAS
- 9 x 19 pol; pneus, 255/50 R 19 H*. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,854 m; largura, 1,933 m; altura, 1,766 m;
entreeixos, 2,933 m; capacidade do tanque, 85 l; porta-malas, 200
l (com 7 lugares) ou 620 l (com 5 lugares); peso, 2.245 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 220 km/h*; aceleração
de 0 a 100 km/h, 6,5 s. |
CONSUMO
- média cidade/estrada, 8 km/l. |
Dados do fabricante; *especificação americana |
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A
tração integral xDrive trabalha em condições normais com repartição de torque de 40% à
frente e 60% à traseira, podendo variá-la conforme a aderência em cada
roda. Os pneus do tipo run-flat podem rodar mesmo vazios por até 150 quilômetros à máxima de 80
km/h, com carro carregado.
Outra novidade no utilitário é a direção ativa, já conhecida dos
automóveis da marca. Por meio de uma caixa de engrenagem epicicloidal na
árvore de direção, o sistema varia a relação de direção conforme a
situação de uso, deixando-a mais rápida em baixa velocidade e mais lenta
em alta. Com isso, manobras de estacionamento e contorno de esquinas
requerem muito pouco movimento de volante, enquanto no uso rodoviário é
preciso girá-lo normalmente, uma medida de segurança.
Os auxílios eletrônicos passam pelo controle
de estabilidade, controlador de velocidade em descidas,
assistência adicional de freios,
distribuição eletrônica de pressão em curvas e bloqueio automático do
diferencial. Os freios contam com recursos já vistos nos carros BMW,
como auxílio à arrancada em aclives, preparação para atuar assim que o
motorista deixa de acelerar, compensação da perda de eficiência por
aquecimento e secagem automática em piso molhado (pressiona levemente as
pastilhas para manter os discos secos). O controle de tração possui um
modo mais permissivo, adequado a pisos de baixa aderência e que
interfere menos no dirigir com vigor.
Avaliação
insuficiente
O contato dos
jornalistas com o X5 foi das mais breves. Além de duas voltas na pista
do Autódromo José Carlos Pace, no bairro paulistano de Interlagos —
pouco para explorar um veículo desconhecido —, a BMW demarcou com cones
um pequeno circuito para mostrar a atuação da suspensão e, sobretudo, da
direção ativa em comparação com a geração anterior.
Pelo pouco que se pôde analisar, a direção mostrou utilidade, pois reduz
em muito os movimentos de volante em manobras apertadas e em seqüência
de desvios de cones (slalom). Já a suspensão, embora parecesse mais
controlada ao passar por irregularidades alternadas entre esquerda e
direita, não transmitiu a sensação de absorver melhor os impactos, algo
que exigiria mais tempo de avaliação. De resto, notou-se a facilidade de
uso da nova alavanca de câmbio no uso sucessivo de marcha à frente e ré.
Na pista, o X5 revelou agilidade e comportamento dinâmico mais para
carro esportivo que para utilitário, sinal de que a BMW acertou no
projeto e manteve-se fiel aos princípios da marca. O motor fornece
potência mais que suficiente e emite um som agradável em alta rotação,
que combina aspiração e escapamento na medida certa para o entusiasta,
sem ser incômodo. Em modo automático o câmbio responde bem aos pedidos
de redução, enquanto em modo manual as trocas ascendentes são feitas ao
chegar ao limite de giros. Nas curvas fechadas do autódromo, sua
estabilidade não faria supor se tratar de um veículo tão grande, alto e
pesado. É possível dirigir com entusiasmo sem surpresas.
De qualquer forma, seria preciso bem mais tempo e condições mais reais —
em ruas e estradas — para uma avaliação suficiente do carro. Esse
problema tem sido freqüente em eventos de lançamento, sobretudo de
modelos de alto preço, o que torna difícil o trabalho da imprensa e
prejudica o maior interessado no processo, ou seja, o potencial
comprador. O Best Cars insiste em que os fabricantes e
importadores dêem mais atenção a esse fator.
Em que pese o limitado período ao volante, o novo X5 deixou boas
impressões. Está mais espaçoso, confortável e seguro, conserva a imagem
esportiva da BMW e tem preço bem situado entre os concorrentes de
prestígio. Um conjunto apto a repetir o sucesso — 1.950 unidades
vendidas no Brasil até hoje — de seu antecessor. |