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Avaliado por 4.000 km na Itália, o novo Fiat convenceu: ótima suspensão, câmbio de seis marchas bom de usar, interior bem resolvido e impressão de boa construção

O câmbio manual de seis marchas é ótimo, tanto quanto ao escalonamento quanto por conta dos engates precisos e curso correto da alavanca, assim como facilita o trabalho do motorista a peculiar leveza do pedal de embreagem. Um item de conforto herdado do Stilo e relevante no uso urbano, a baixas velocidades ou em manobras, é a tecla City no painel, que amplia a assistência elétrica da direção e reduz ainda mais o esforço necessário para girar o volante. Já em velocidade, em que o modo City deixa de atuar, a direção apresenta peso correto.

Em velocidade elevada, mantendo o ritmo usual dos italianos em suas autoestradas, o Bravo demonstrou-se um bom companheiro de viagem: 500 ou mais quilômetros num dia passam como se nada fosse, e muitas foram as vezes que imaginamos estar perto do limite de lei — 130 km/h — para descobrirmos estar em velocidade bem superior. Tal realidade destaca um conjunto de méritos: brilho do motor, sua boa insonorização, eficiência na diminuição do ruído de rolamento (os Pirelli PZero, ao que consta, foram desenvolvidos em versão específica para o Bravo) e excelência na aerodinâmica.

Capaz de superar os 200 km/h de velocidade máxima segundo os dados de fábrica, o Bravo segue imperturbável mesmo quando o velocímetro nos mostra mais do que isso, com excelente estabilidade direcional — parece estar em trilhos — e sensação de segurança. Rápidas mudanças de trajetória são bem digeridas e simulando situações de emergência, como desaceleração brusca acompanhada de mudança de direção em meio a curvas rápidas, evidencia-se a correta atuação do controle de estabilidade, de série na versão testada.

Miserável mesmo é o consumo. Sem pressa foi possível fazer até 16 km/l mantendo o limite legal de 130 km/h, sendo que em determinado trecho, sem chance de andar a mais de 100 km/h, verificamos ótimos 18,5 km/l. Em uso urbano, entre 12 e 14 km/l estão dentro do padrão — se for possível resistir à vocação do esperto turbodiesel, que é a de pular na frente de todos nos semáforos.

Duas semanas e 4.000 km depois, o Bravo era exatamente o que imaginamos que ele fosse meros 15 minutos após termos dado a partida, na sucursal da Fiat em Milão: um carro moderno, bem construído e equipado, fácil de dirigir, confortável e muito estimulante para quem tem real prazer ao volante. E com aspectos práticos importantes tais como um ótimo câmbio, consumo parco, freios decentes, espaço interno e porta-malas apropriados.

Virá ao Brasil? A Fiat, claro, não responde tal questão. Mas o Bravo é o sucessor do Stilo na Itália e, como tal, torcemos para que o seja aqui também.

Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 82 x 90,4 mm. Cilindrada: 1.910 cm3. Taxa de compressão: 17,5:1. Injeção direta de duto único, turbocompressor de geometria variável, resfriador de ar. Potência máxima: 150 cv a 4.000 rpm. Torque máximo: 31 m.kgf a 2.000 rpm.
CÂMBIO - manual, 6 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência elétrica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção.
RODAS - 18 pol; pneus, 225/40 R 18 V.
DIMENSÕES - comprimento, 4,336 m; largura, 1,792 m; altura, 1,498 m; entreeixos, 2,6 m; capacidade do tanque, 58 l; porta-malas, 400 l; peso, 1.360 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 209 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 9 s.
CONSUMO - em cidade, 13,1 km/l; em estrada, 22,2 km/l (padrão europeu).
Dados do fabricante

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