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As linhas simples do 356
Speedster foram fielmente copiadas; embora seja de plástico, a
carroceria revela fabricação e pintura cuidadosas
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Faróis do antigo Fusca e
lanternas pequenas estão bem de acordo com o estilo; as rodas sobressaem
no acabamento de poucos cromados |
"Vestir" a mecânica do Fusca com diferentes carrocerias foi, nas décadas
de 1970 e 1980, um dos caminhos mais comuns na indústria nacional de
carros fora-de-série. De réplicas como o
MP Lafer a esportivos como o
Miura, boa parte de nossos modelos especiais recorreu ao consagrado
motor Volkswagen arrefecido a ar até que a abertura do mercado aos
importados, em 1990, pôs fim à carreira de muitas dessas empresas.
A Chamonix é um caso à parte. Fundada em 1987, a marca partiu de uma
associação de Newton e Milton Masteguim — este um dos criadores da
Puma — com o americano Chuck Beck
para produzir uma réplica do Porsche 550
Spyder, famoso por ser o carro em que morreu o ator americano James
Dean. Com a maior parte das unidades destinadas a exportação, a Chamonix
(hoje sediada em Jarinu, no interior paulista) oferece atualmente o próprio
550, em versões básica e S, e o 356
em opções Super 90 e Speedster, cópias de outro Porsche dos anos 50 e
60.
Se o 550 S promete desempenho elevado e comportamento esportivo, pois
dispõe do motor VW de 1,8 litro flexível de 115 cv em posição
central-traseira, a proposta do Super 90 e sobretudo do Speedster é
outra: um carro de passeio para se curtir com tranqüilidade, empurrado
pelo modesto boxer de 1,6 litro "a ar" na traseira, com injeção e 57 cv,
o mesmo do 550 básico. O Best Cars esteve com a última das
versões, cedida pelo representante da marca em Pindamonhangaba, SP
(Ricardo Veículos, fone 12 3643-1991), para conhecê-la melhor.
O mínimo que se pode dizer deste 356 é que é muito simpático. As linhas
concebidas por Ferdinand "Ferry" Porsche — filho do professor Porsche
que criou o Fusca — em 1948 são simples e harmoniosas, com curvas suaves
que parecem não envelhecer jamais. Os grandes faróis, como os do VW dos
anos 60, e as diminutas lanternas traseiras (sem luz de ré, que é uma só
e fica sobre a placa) dão um ar nostálgico muito apropriado. O Speedster,
ao contrário do Super 90, vem com poucos itens cromados e faz com que as
rodas se destaquem do conjunto.
Embora produzida em plástico reforçado com fibra-de-vidro, não em
aço como a original, a carroceria da Chamonix revela qualidade
exemplar de acabamento e pintura — e tem a vantagem da fácil reparação
em oficinas especializadas. Aberta a capota (cujo fechamento requer
paciência e certa força para aplicar as travas de segurança), expõe-se
um interior bastante espartano em termos de conveniência, mas com ótimo
acabamento em couro e carpete. E que no carro avaliado, em marrom claro,
formavam bela combinação de cores com o preto da carroceria.
Sobre essa simplicidade, é preciso lembrar que a versão Speedster do 356
original partiu de um pedido de Max Hoffman, importador americano de
várias marcas européias nos anos 50, para que a Porsche oferecesse
naquele mercado um conversível mais simples e barato. A empresa então
retirou tudo que considerou supérfluo, até mesmo os vidros laterais, e
adotou um pára-brisa mais baixo que o deixou ainda mais charmoso.
No caso do Chamonix, entre os itens que ficam de fora estão vários que
qualquer carro comum oferece, como ventilação forçada, ajuste de encosto
dos bancos, porta-luvas, rádio e, claro, as janelas — há apenas peças de
plástico para se fechar o vão lateral quando chove. Ao abastecer o
tanque de combustível, que fica no "porta-malas" dianteiro, é preciso
segurar a tampa pela falta de uma simples vareta.
Continua |