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Rádio/CD com MP3 e entrada USB vem de série, os bancos são confortáveis e há detalhes que agradam, como as luzes de cortesia nas portas
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A alavanca de câmbio fica muito perto do painel e do porta-objetos; no hatch o porta-malas de 337 litros é adequado e o banco vem bipartido

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O motor 1,6 é silencioso e entrega alta potência, 119 cv, mas enfrenta um peso excessivo: o hatch pesa tanto quanto um Focus de 2,0 litros

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Opção por um câmbio longo reduz o ruído em estrada; o Cielo mostrou suspensão bem calibrada, embora a direção pudesse ser mais firme

Se o tecido dos bancos é adequado, o painel de instrumentos se mostra bem simples, em que pese haver alguns detalhes cromados no interior para um aspecto mais luxuoso. O console central foi mal projetado: a mão encosta no painel a cada troca de marcha para frente. Até um pequeno porta-objetos deslizante tem a abertura comprometida porque fica a poucos centímetros da alavanca de câmbio. Estranha-se também a sensação de painel muito alto, o que deixa o para-brisa pequeno em altura — melhoraria se houvesse ajuste do banco nessa direção. Digno de elogio é o retrovisor esquerdo amplo e com lente biconvexa. A capacidade do porta-malas do hatch, 337 litros, está bem situada entre os carros médios e supera todos os pequenos nacionais; já com o sedã é o contrário: os 395 litros equivalem-se ao espaço de um Classic e perdem por cerca de 100 litros para vários compactos e médios. Em ambos é possível rebater o banco traseiro, dividido em 60/40, o que amplia o volume útil para cerca de 1.000 litros até o teto.

Muito peso, pouca agilidade   O motor de 1,6 litro, duplo comando e quatro válvulas por cilindro do Cielo é feito pela Acteco, fábrica da Chery em associação com a empresa austríaca de engenharia AVL. A potência específica das mais altas do mercado em sua faixa de cilindrada, 74,5 cv/litro, representa potência máxima de 119 cv a 6.150 rpm e torque apenas regular de 15 m.kgf a 4.300 rpm — regimes altos, esperados de um motor em que o objetivo foi extrair mais potência. Tem funcionamento silencioso e o isolamento acústico é eficiente, mas o carro é muito pesado para seu porte: 1.350 kg o hatch e 1.375 kg o sedã, equivalentes ao Focus Ghia de 2,0 litros, que é maior em qualquer dimensão e não pode ser considerado um projeto antigo (os novos carros estão cada vez mais pesados para atender a padrões de segurança em colisões).

Como resultado, o desempenho é bem discreto e o macio acelerador precisa ser usado plenamente para mover o carro. A fábrica informa velocidade máxima de 170 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 14 segundos, coerentes com a sensação de pouca desenvoltura notada ao dirigir. Como o câmbio tem marchas longas, essa máxima é atingida em quarta e a quinta, uma sobremarcha, fica para rotação confortável em viagens como 120 km/h a 3.000 rpm, o que ajuda nos baixos níveis de ruído e vibração. Claro que o Cielo fica um tanto lento em retomada de velocidade sem redução, algo a que muitos brasileiros, habituados a câmbios curtos, terão de se acostumar para usufruir aquele benefício. O câmbio deve ajudar também a conter o consumo, que o importador não forneceu (parece já ter adquirido o mau hábito de algumas marcas locais); o tanque de 57 litros promete boa autonomia mesmo na futura versão capaz de usar álcool.

A caixa tem engates macios e precisos, o pedal de embreagem é muito suave e a direção se torna bem leve em baixa velocidade, mas lhe falta progressividade na assistência, porque em alta transmite certa imprecisão. A suspensão independente nas quatro rodas usa subchassis em ambos os eixos, só que a traseira não constitui propriamente um conceito multibraço como informa o fabricante, estando mais para McPherson. Calibrada num ponto intermediário, consegue boa estabilidade sem penalizar o conforto. Com os exagerados pneus Maxxis 205/55 R 16, pode-se abusar da velocidade em curvas. O carro passa bem por lombadas, tem até batente hidráulico na distensão dos amortecedores (raro em importados e ausente até de alguns nacionais no passado recente) e seu vão livre do solo parece adequado a nossas condições viárias.

O percurso de avaliação no lançamento na região de Indaiatuba, SP, com apenas 20 quilômetros ao volante foi curto demais para conhecer um carro todo novo — fica para um contato posterior mais prolongado. Mas esse aperitivo mostrou que o Cielo tem vários atributos, e não só o preço atraente, para conquistar seu espaço no mercado nacional.

Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 81 x 77,5 mm. Cilindrada: 1.597 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção multiponto sequencial. Potência máxima: 119 cv a 6.150 rpm. Torque máximo: 15 m.kgf a 4.300 rpm.
CÂMBIO - manual, 5 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira e traseira, independentes McPherson.
RODAS - 16 pol; pneus, 205/55 R 16.
DIMENSÕES (hatch) - comprimento, 4,28 m; largura, 1,792 m; altura, 1,467 m; entre-eixos, 2,55 m; capacidade do tanque, 57 l; porta-malas, 337 l; peso, 1.350 kg.
DIMENSÕES (sedã) - comprimento, 4,352 m; largura, 1,794 m; altura, 1,464 m; entre-eixos, 2,55 m; capacidade do tanque, 57 l; porta-malas, 395 l; peso, 1.375 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 170 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 14,0 s.
Dados do fabricante; consumo não disponível

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