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O 500 Lounge é o mais luxuoso e vem só com câmbio automático, mas na avaliação o motor MultiAir não pareceu muito vantajoso sobre o Fire

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Teto de vidro e revestimento superior (o couro é opcional) equipam o Lounge, que mostra um ambiente interno agradável e boa dirigibilidade

 
Ficha técnica
MOTOR (Cult) - transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote, 2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 72 x 84 mm. Cilindrada: 1.368 cm3. Taxa de compressão: 12,35:1. Injeção multiponto sequencial. Potência máxima: 85 cv (gas.) e 88 cv (álc.) a 5.750 rpm. Torque máximo: 12,4 m.kgf (gas.) e 12,5 m.kgf (álc.) a 3.500 rpm.
MOTOR (Sport Air e Lounge) - transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 72 x 84 mm. Cilindrada: 1.368 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Injeção multiponto sequencial. Potência máxima: 105 cv a 6.250 rpm. Torque máximo: 13,6 m.kgf a 3.850 rpm.
CÂMBIO - manual, 5 marchas; manual automatizado, 5 marchas (opcional para Cult); automático, 6 marchas (opcional para Sport Air e de série para Lounge); tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência elétrica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção.
RODAS - 6 x 15 pol; pneus, 185/55 R 15 (Cult e Lounge); 6,5 x 16 pol; pneus, 195/45 R 16 (Sport Air).
DIMENSÕES - comprimento, 3,546 m; largura, 1,627 m; altura, 1,502 m; entre-eixos, 2,30 m; capacidade do tanque, 40 l; porta-malas, 185 l; peso, 1.061 kg (Cult, manual) a 1.090 kg (Sport Air, automático).

Os bancos revestidos em tecido simples, mas não pobre, acomodam bem o corpo e a sensação ao dirigir é muito agradável. Ao contrário do que se poderia imaginar de fora, o 500 não oferece sensação de aperto para quem viaja na frente, e o teto solar opcional se encarrega de iluminar o interior. Pena que a Fiat não tenha corrigido um senão desse teto: a luminosidade é pouco filtrada pela tela quebra-sol, o que faz o motorista desejar mais sombra do que a oferecida em dia de sol forte.

Acessório à parte, a versão básica do 500 já oferece muito, bem mais que sua concorrência no aludido segmento "B premium" — como definiu a Fiat —, feita de Citroën C3, Peugeot 207, Volkswagen Fox Prime, Chevrolet Agile LTZ e Renault Sandero Privilège, e à qual somaríamos o novo Kia Picanto. Desses, só Fox e 207 também oferecem carroceria de três portas, que para o 500 é a única disponível.

É verdade que o Fiat tem apenas dois lugares (e cintos) no banco traseiro, que não prima pelo espaço para pernas, mas dois adultos de 1,80 metro de estatura encontram válido abrigo nessa "segunda classe" se os bancos dianteiros estiverem na metade do curso longitudinal, uma posição adequada para adultos de estatura equivalente. Os que sentam atrás sentirão o teto baixo e os ombros não terão muito espaço, mas não se faz omelete sem quebrar ovos: para pouco mais 3,5 m de comprimento e 1,6 m de largura, o pequeno Fiat até que oferece boa acomodação.

Para o porta-malas, de meros 185 litros, vale o mesmo discurso: é essencial e nada mais, mesmo com o estepe (agora em posição externa) do tipo provisório, chamado pela Fiat de ruotino, rodinha em italiano. A própria marca tem alternativas mais espaçosas nessa faixa de preço, como o Punto e até a Idea: o 500 é para quem coloca esse aspecto em segundo plano.

E como é dirigi-lo? A impecável pavimentação de Miami não permite afirmar nada sobre o retrabalho no ajuste de suspensões do 500, necessário pela inadequação do anterior a nosso piso. Contudo, a suavidade com a qual o motor move o pequeno carro é um destaque certeiro. O câmbio manual tem engates precisos, justos, e a alavanca está posicionada com ergonomia exemplar. Os pedais vêm bem posicionados e a maciez do volante, aliada à suavidade do pedal de embreagem, conspira a favor de um veículo que tem no uso urbano sua maior e melhor orientação.

Levando as primeiras marchas do Cult ao limite da rotação, é possível verificar o bom trabalho de insonorização e filtragem de vibrações. Nem volante, nem pedais trazem incômodo pela alta rotação, assim como é contido o ruído interno, um feito apreciável para um motor que, em sua versão original (avaliada no Uno Attractive), incomodava por esse quesito. O ar-condicionado mostrou eficácia sob os quase 30°C de Miami.

Ao cabo de nosso breve, mas intenso contato com o Cult, escolhemos o extremo oposto para comparação: o Lounge com todos os opcionais. O trajeto mostrou que, sim, belos bancos de couro vermelho, sete bolsas infláveis e um sistema de áudio Bose Premium são desejáveis, assim como abdicar da troca de marchas manual em prol das suaves mudanças da caixa automática. Contudo, Belini tem razão: é o 500 Cult de R$ 40 mil, e não o luxuoso Lounge de quase R$ 55 mil, o "carro certo". E talvez a menor das razões seja o preço.

É precipitado julgar um carro depois de poucas dezenas de quilômetros, mas nossa primeira impressão do motor MultiAir é que — à parte sua modernidade — os 19 cv a mais não se percebem claramente, ao menos nesse ambiente de teste, feito de rodovias planas e sem poder exceder as velocidades limite para zonas urbanas nos EUA. Desempenho, portanto, não está em questão, mas sim a facilidade com a qual cada motor move o 500.

Nesse quesito, o Fire Evo parece ser mais "redondo" e menos ruidoso, além de oferecer um torque semelhante em baixa rotação. Enquanto ele entrega 12,4 m.kgf (com gasolina) a 3.500 rpm, o MultiAir tem 13,6 m.kgf a 3.850 rpm, diferença que não chega a se destacar. Já quanto à caixa automática de seis marchas, é um exemplo de como deve ser um câmbio desse gênero acoplado a um motor de pequena capacidade. Faltou andarmos no 500 dotado de caixa Dualogic, que segundo os técnicos da Fiat atingiu um grau de acerto exemplar.

O diretor comercial da empresa, Lélio Ramos, revelou que a expectativa de vendas para 2011 é de 1.000 unidades por mês, o que progrediria a 1.500 mensais em 2012. Nesse momento, Belini torceu o nariz e logo se soube o porquê: o presidente acha que o 500 venderá mais que isso no Brasil. O fato de estar presente em toda a rede de mais de 560 concessionárias — ao contrário do polonês, que estava em apenas algumas revendas selecionadas —, associado aos dois anos de garantia, o excelente preço da versão de entrada para o conteúdo oferecido e, acima de tudo, o ótimo comportamento ao volante, nos faz achar que o presidente tem razão.

Desempenho e consumo
  Cult (gasolina) Cult (álcool) Sport Air (manual)
Velocidade máxima 170 km/h 172 km/h 183 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,2 s 11,8 s 10,2 s
Consumo em cidade 14,3 km/l 9,6 km/l 13,7 km/l
Consumo em estrada 17,9 km/l 11,8 km/l 17,5 km/l
Dados do fabricante

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