O desenho do 500 expressa
simpatia e remete ao original de 1957; nas fotos está a versão Sport, em
branco, dotada de rodas mais elaboradas
O motor de 1,4 litro e 100 cv
convence pelo desempenho só em altas rotações; o câmbio é de seis
marchas com opção pelo automatizado
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Se o ano de 1957 ficou marcado na Itália pelo nascimento do
Fiat "Nuova" 500 (novo 500,
para se diferenciar do primeiro, mais conhecido como
Topolino), foi apenas 50 anos
depois que esse clássico minicarro ganhou uma nova edição, mais
sofisticada. Embalada pela onda nostálgica que explode na arte, cultura
e desenho — incluindo, claro, o dos automóveis —, a Fiat lançou com
muito barulho um 500 moderno e com alto nível de sofisticação para
atender ao mercado europeu de compactos de luxo. Depois de dois anos o
carro estreia por aqui.
As versões do Cinquecento — o nome por extenso em italiano — importadas
para o Brasil, com garantia de dois anos, serão Sport com câmbio manual
de seis marchas, ao preço sugerido de R$ 62.870; Sport com
câmbio manual automatizado Dualogic
(cinco marchas), a R$ 66.930; Lounge manual, por R$ 64.900; e Lounge
Dualogic, a R$ 68.970. A previsão da Fiat é importar entre 250 a 300
unidades por mês, vendidas em 150 concessionárias selecionadas.
A Sport traz de série freios com antitravamento (ABS) e
distribuição eletrônica de pressão entre os
eixos (EBD), sete bolsas infláveis (duas frontais, duas laterais,
duas cortinas e uma para os joelhos do motorista), sistema de
comunicação Blue&Me com interface Bluetooth
para telefone celular (que permite comandar ligações por voz e escutar
mensagens de SMS recebidas), ar-condicionado com ajuste manual, direção
assistida elétrica, rádio/CD com MP3 e entrada USB para conexão de
aparelhos, função Sport para motor e direção,
sensor de estacionamento traseiro,
alerta programável para excesso de velocidade, computador de bordo,
faróis e luz traseira de neblina, volante de couro com comandos de rádio
(na versão Dualogic, também os de trocas manuais de marcha) e rodas de
alumínio de 15 pol.
Vem ainda com controles de estabilidade e
tração e sistema Hill Holder (auxílio de saída em ladeira), que impede o
carro de descer quando o motorista arranca em uma subida. São opcionais
rodas de 16 pol, teto solar elétrico (que corre por fora e tem área
maior que o usual), retrovisor interno
fotocrômico e bancos revestidos em couro, em vez da combinação de
couro e tecido. A versão Lounge acrescenta teto fixo de vidro,
ar-condicionado automático, detalhes externos cromados e interior
diferenciado. Como opções traz teto solar, retrovisor fotocrômico,
bancos revestidos só em couro e rodas de 16 pol.
A exemplo dos outros “renascidos” como o Fusca na pele do New Bettle e o
Mini Cooper, ele traz a carga genética
de seu antepassado, mas com todo suporte da tecnologia atual e boa dose
de requinte. E surpreende com o espaço interno. Quem olha o 500 por
fora, com seus 3,54 metros de comprimento e 1,62 m de largura, não é
capaz de imaginar que aquele “ovo” seja capaz de abrigar quatro pessoas
(não é homologado para cinco) em conforto. Naturalmente o espaço para
bagagem foi prejudicado: apenas 185 litros, em média 100 a menos que num
hatch compacto nacional, ou 550 com o banco traseiro rebatido. Seria
ainda menor se o carro não usasse estepe temporário, bem fino, em medida
135/80-14.
O espaço foi a primeira boa impressão. A segunda foi a leveza ao
dirigir. Na versão com câmbio manual de seis marchas a que tivemos
acesso, o conjunto de direção com assistência elétrica e o câmbio muito
suave são responsáveis pelo prazer do motorista, típico de um carro de
segmento superior. Para o compacto motor de 1,4 litro e 16 válvulas a
gasolina — uma versão mais potente do Fire conhecido dos Fiats
brasileiros —, que desenvolve potência de 100 cv e torque de 13,4 m.kgf,
o câmbio de seis marchas se mostrou bem escalonado, porque o motor
parece um pouco preguiçoso nas retomadas de velocidade em baixa rotação.
Pode-se reservar a sexta marcha para avenidas e estradas, pois ela
produz apenas 3.400 rpm a 120 km/h (na versão Dualogic, com cinco
marchas, a quinta vai a 3.650 rpm nessa velocidade). A primeira é tão
curta que em terreno plano ele sai tranquilamente em segunda.
Infelizmente, o pequeno e pouco variado percurso de avaliação promovido
pela Fiat no Rio de Janeiro, RJ não permitiu mais do que uma voltinha em
terreno plano. Considerações mais completas ficam para a avaliação
completa.
Continua |