O motor 1,85 produz pouco ruído
e entrega potência desde baixa rotação; o câmbio pode operar
como manual ou automático
O turbo do TJet é derivado
do Fire 1,4, mas com 16 válvulas; o mostrador digital pode informar a
pressão de superalimentação
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Entretanto, a maior surpresa fica por conta do TJet. Seu pequeno motor empurra o carro com suavidade e linearidade que impressionam. Essas características são tão marcantes que nem parece que o carro é dotado de
turbo: lembra um motor de 2,0 litros para mais, com a vantagem de não perder desempenho em altitude elevada.
Um comportamento bem diferente do que havia no Marea Turbo, com sua
hesitação em baixa e um surto de potência depois de 2.500 rpm. A sensação, confirmada pelo manômetro do turbo
(uma das funções do mostrador digital do painel), é de certo retardo
só abaixo de 1.500 rpm, ponto em que a turbina passa a encher com rapidez. De 2.000 rpm para cima as respostas são ágeis e, ao contrário do Fire 1,4 da linha Palio, o motor é “liso”, isento de vibrações, embora a
relação r/l seja a mesma.
Sua suspensão recebe carga maior de molas e de amortecedores, que somada às rodas e pneus mais esportivos tornam o carro muito prazeroso de andar em trechos sinuosos. Contorna curvas de maneira rápida e tem fácil controle, mesmo com algum abuso. O rodar é naturalmente mais firme sobre piso irregular, mas não chega a causar desconforto, nem a afetar a aptidão do carro a superar lombadas. Os freios são eficientes e transmitem segurança. Um item bem-vindo nesta versão, porém, seria o
controle de estabilidade.
Mas o que mais agradou no carro foi a volta do DNA Fiat. Sua tocada, seu ronco, suas reações lembram os carros construídos pelos italianos antes de começarem a usar no Brasil o motor 1,8 da General Motors. Para os apreciadores da marca, este será um dos pontos altos do carro, já que em todos os sentidos na condução, seja ela esportiva ou cotidiana, o comportamento do Linea é de um legitimo Fiat.
A marca de Betim, MG sempre foi conhecida por uma política agressiva de preços. Nesse caso a ousadia foi menor, mas se considerados os equipamentos de série o Linea está bem colocado no mercado. A versão de entrada é que poderia custar menos, pois supera o novo Focus GLX, que tem 145 cv no motor de 2,0 litros. Já a Absolute e a TJet parecem bem atraentes em suas categorias.
Atingir o público a que se destina o Linea é muito difícil e complicado. Em função disso, a Fiat promoveu um longo treinamento de toda a rede e selecionou, a cada concessionária, vendedores que cuidarão apenas da comercialização desse carro. Para aqueles que
adquirirem o sedã, a empresa oferece um programa de relacionamento chamado de Clube L’Único. Dispõe de centro de atendimento telefônico exclusivo, em que o mesmo profissional atenderá o cliente desde a primeira reclamação até a solução do problema; convites exclusivos para shows e eventos; e um site com conteúdos específicos de automóveis, negócios, qualidade de vida e consumo.
O Linea é um veículo interessante, que merece ser visto e considerado antes da decisão por um sedã desse segmento. Ele chega com três anos de garantia (o que vem se tornando regra na classe), tem motores atualizados e
traz importantes atributos exclusivos, embora pudesse oferecer ar-condicionado com controle independente para motorista e passageiro e teto solar, item em que a Fiat vinha se destacando.
Detalhes, mas que em um segmento tão competitivo podem fazer a diferença na hora da escolha.
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