Os motores E-Torq não mudam, mas
o câmbio Dualogic (também no Sporting, acima) passa à versão Plus com
dois recursos adicionais |
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O motor turbo de 152 cv é o
destaque do Punto TJet, o único a trazer o novo seletor DNA com três
programas (à frente da alavanca de câmbio) |
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Creeping e pouco mais
Como as versões de 1,6 e 1,75 litro do Punto haviam lançado os motores E-Torq dois anos atrás, a Fiat pouco mexeu na parte mecânica
para 2013. Apenas o acabamento de entrada Attractive adotou o motor Fire
Evo, com ligeiras melhorias em relação ao Fire anterior, como
variação
do tempo de abertura das válvulas. O discreto resultado aparece apenas com uso
de álcool, com potência de 88 cv contra 86 do anterior, enquanto o
índice com gasolina (85 cv) e o torque permanecem.
Outra evolução é a do câmbio automatizado Dualogic, que recebe o sufixo
Plus e traz dois novos recursos. O Creeping (traduzível por rastejar, no
sentido de movimentação lenta) faz o acoplamento da embreagem após o
motorista liberar o freio, seja o pedal ou a alavanca de freio de
estacionamento, simulando o comportamento de um câmbio automático
tradicional. O objetivo é facilitar pequenos movimentos, como no
trafego lento e nas manobras para estacionar.
Sem que o motorista acelere, o recurso leva a uma velocidade máxima de
7,2 km/h e aplica torque máximo de 3,5 m.kgf, o que permite seu uso
em rampas leves. No caso de aclive (ou declive em marcha à ré) acentuado, a partir de 8%,
o Creeping não atua, sendo da mesma forma desativado caso se toque no
freio (ou se puxe a alavanca) ou ao abrir a porta do motorista. Com
essas salvaguardas, além de evitar riscos no caso de saída de um
condutor descuidado, a Fiat evitou que a embreagem sofresse desgaste
excessivo, como aconteceria se o carro tentasse se locomover em subida
pronunciada.
A outra novidade do Dualogic Plus é a função Auto-Up Shift Abort, ou
interrupção de subida de marcha automática. A central eletrônica
monitora as condições de uso a fim de detectar que o motorista precisa
de potência, como ao iniciar uma ultrapassagem, e assim evita uma troca
automática contraproducente para marcha superior.
No lançamento em São Paulo, SP, a Fiat colocou os Puntos à disposição
da imprensa para pequenos trajetos de 10 a 12 quilômetros, o bastante
para verificar as poucas alterações técnicas. No Attractive o motor Evo,
apesar das melhorias, continua subdimensionado para o peso do carro.
Vale certamente a opção pelo Essence, que traz o E-Torq de desempenho
bem superior, embora não seja brilhante em baixa rotação. No caso do
câmbio Dualogic Plus, o recurso Creeping mostrou-se conveniente em
manobras e pequenos movimentos; já as trocas de marcha permanecem algo
desconfortáveis — inerentes a caixas automatizadas de embreagem única.
De resto o Punto agrada bastante ao dirigir, com comandos leves,
suspensão muito bem acertada na versão Essence (Sporting e TJet são mais
duros, como convém ao perfil esportivo) e boa posição de dirigir. Não é
um carro espaçoso no banco traseiro, nem acrescenta capacidade de
bagagem ao mais barato Palio, mas atua como válida opção a este quando
há interesse por mais estilo, itens de conveniência — como o grande teto
solar duplo, com parte dianteira móvel e traseira fixa — e comportamento
dinâmico superior.
Contudo, é uma pena não recebermos evoluções que a versão Evo italiana
trouxe já há três anos, como motores com a tecnologia MultiAir (já em
uso no 500) e parada/partida automática, navegador com mapa em tela
sensível ao toque (o do TJet é um tanto limitado, só com ideograma da
próxima conversão e mensagem de voz), retenção de freios para saída em
aclive e bolsa inflável para os joelhos do motorista. Ou
controle de estabilidade, ao menos nas
versões esportivas, ou mesmo a
eficiente assistência elétrica de direção que o Punto deles sempre teve,
mas o nosso não.
Apesar da evolução europeia ter vindo pela metade — restrita à aparência
—, caso o novo visual agrade tanto quanto o anterior, a Fiat manterá em
mãos um bom competidor para um segmento que, enfim, passa por ampla
renovação. Além do Fiesta mexicano lançado no ano passado e do recente
Chevrolet Sonic, em alguns dias chega a nova geração do Citroën C3,
depois aparece o Hyundai HB20 e no próximo ano haverá o Peugeot 208
nacional. Vai ser uma boa briga. |
Ficha
técnica - Punto Essence Dualogic |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote, 4
válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm.
Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 115/117 cv a 5.500 rpm. Torque máximo:
16,2/16,8
m.kgf a 4.500 rpm. |
CÂMBIO
- manual automatizado, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 15 pol; pneus, 195/60 R 15. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,065 m; largura, 1,687 m; altura, 1,493 m;
entre-eixos, 2,51 m; capacidade do tanque, 60 l; porta-malas, 280
l; peso, 1.217 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 181/184 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 10,5/10,3 s. |
Dados do fabricante;
gasolina/álcool;
consumo
não disponível |
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