O sistema de áudio mudou em
toda a linha; a caixa Dualogic funciona como nas linhas Palio, Stilo e
Linea, mas sem comandos no volante
As curvas de potência e torque
mostram, para o 1,6 (em cima) e o 1,75-litro, a ênfase da fábrica em obter
bons valores em torno de 2.500 rpm |
E o consumo? Decepção: ambos os novos gastam um pouco mais que o antigo.
O 1,6 tem marcas informadas de 12/8,1 km/l na cidade e 16,1/10,8 km/l na
estrada (mesma ordem de combustíveis), ante 11,8/7,8 e 15,9/10,6 km/l do
novo 1,75-litro e 12,1/8,3 e 16,2/11,2 km/l do antigo 1,8. A expectativa
era de que a deficiência do motor GM fosse sanada, não agravada.
Agora é possível optar pela comodidade da caixa automatizada Dualogic.
Como nos demais Fiats que a oferecem, ela mantém as cinco marchas e pode
atuar em modos automático e manual, com opção do programa esportivo. No
modo automático ele leva a usar marchas mais baixas; no manual a
diferença é o menor tempo das trocas. Mesmo em automático é possível
efetuar mudanças manuais, mas sempre pela alavanca no console, com
trocas ascendentes para trás e reduções para frente. A nosso ver o
Sporting deveria oferecer comandos no volante como os disponíveis no
Stilo. Motor e câmbio à parte, quase nada mudou no Punto 2011: há apenas
novas rodas e calotas, quadro de instrumentos iluminado por
leds na cor branca, novos tecidos
internos e, no Essence, painel em tom cinza para a versão 1,6 e marrom
para a 1,75. Também mudou o rádio/toca-CDs/MP3.
O Essence 1,6 vem com ar-condicionado, direção assistida, computador de
bordo, controle elétrico dos vidros dianteiros (com
função um-toque), travas e retrovisores,
alerta de limite de velocidade, comando interno do porta-malas e do
tanque, configurador de funções, volante
com regulagens de altura e distância e faróis de neblina. O Essence 1,75
acrescenta revestimento superior nos bancos, apoio de braço central para
o motorista, retrovisores com comando elétrico e chave retrátil
("canivete") com comando de travas e vidros. O Dualogic traz ainda
controlador de velocidade.
A lista de opcionais passa por freios com sistema antitravamento (ABS),
bolsas infláveis frontais, revestimento parcial dos bancos em couro,
faróis e limpador de para-brisa automáticos, rádio/toca-CDs com comandos
no volante e interface Bluetooth
(sistema Blue & Me com comandos de voz),
sensores de estacionamento, rodas de alumínio de 16 pol com pneus
195/55 e teto solar com comando elétrico. O Essence 1,75 pode ter ainda
ar-condicionado automático, banco traseiro bipartido e bolsas infláveis
laterais dianteiras e do tipo cortina. O Sporting adiciona ao Essence
faróis com máscara negra, cintos de segurança vermelhos, saias laterais,
pedais e ponteira de escapamento esportivos, defletor traseiro,
rádio/CD, volante revestido em couro com comandos de áudio, rodas de
alumínio de 16 pol, ABS e bolsas frontais.
Como andam
Não existe milagre em mecânica. Ao se aumentar a
potência específica, ganha-se desempenho
em alta rotação, mas ele piora em baixa — a não ser que se recorram a
tecnologias de variação. A ideia da Fiat era fazer motores com bom
torque em menores rotações, mas na prática não foi bem assim. No
autódromo de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, foi possível
perceber no Punto 1,6 que os prometidos 93% de torque a 2.500 rpm podem
ser efetivos no dinamômetro, mas na prática não se manifestam com
clareza. Abaixo de 3.000 rpm o motor ainda se mostra um pouco sonolento.
Mesmo com uma quinta marcha relativamente
curta (3.550 rpm a 120 km/h), o motorista terá de recorrer a reduções se
quiser agilidade. Não rodamos com ele nas ruas, mas no autódromo foi
muito divertido. Passamos ao Sporting Dualogic. A caixa automatizada
pode representar conforto no trânsito, mas ainda não consegue repetir a
suavidade de uma automática. A interrupção de aceleração nas mudanças
incomoda em alguns casos, embora diminua ao usar o modo manual
esportivo, que faz trocas mais rápidas. Ao entrar em uma avenida o
câmbio deu um “soluço” quando mais se precisava de aceleração. Essa
versão mostra baixo nível de vibração e ruído e a resposta em baixa já é
bem mais vigorosa. A 120 km/h em quinta são 3.350 rpm.
De volta à pista, usamos o 1,75 com caixa manual. A retomada de
velocidade é bem mais esperta e esse motor mostra-se mais equilibrado e
versátil que o 1,8 da GM, com funcionamento suave e ganho importante em
desempenho em alta rotação. O cálculo de câmbio indica "casamento" exato
da velocidade máxima com a maior potência (o mesmo fica próximo de
ocorrer no 1,6). Motor à parte, o Punto continua estável e confortável.
Em autódromo revela equilíbrio da suspensão e boa ergonomia do banco,
que mantém o motorista grudado nas curvas.
Segundo o departamento comercial da Fiat, 40% das vendas do Punto
deverão ser com motor 1,6. É compreensível, porque “a virtude está no
meio” e o meio, nesse caso, é o 1,6. Só que a fábrica também espera que
o motor 1,4 do Attractive responda por outros 40%, o que deixa 20% para
as versões 1,8 e T-Jet 1,4. |