O tom alaranjado está nos comandos de ventilação, nas portas e nas costuras; há opção de tê-lo no tecido dos bancos e no aro do volante

A suspensão ficou bem acertada, sem grande prejuízo do conforto, mas o desempenho até piorou em relação ao do Attractive pelo maior peso

Evolução técnica relevante em relação aos Unos conhecidos de 1,4 litro é a adoção de coxins hidráulicos para sustentar o motor, o que contribui para melhor filtragem de vibrações. De resto, o Sporting recebeu suspensão 20 mm mais baixa, mais para compensar o aumento de raio dos pneus (o vão livre diminuiu só 5 mm), e novas molas, amortecedores e estabilizador dianteiro para um acerto mais firme. Com 30 kg a mais que o Attractive e pneus mais largos, o Sporting acabou mais lento que a outra versão: acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos ante 10,8 s, ambos com álcool. Também consome mais (17,7 km/l em estrada com gasolina contra 19,4 km/l) e tem a mesma velocidade máxima, sempre pelos dados de fábrica.

Ao volante   Rodamos com o Sporting em versão cinco-portas por cerca de uma hora na capital paulista. O roteiro incluiu ruas familiares a nosso dia-a-dia e isso deu um panorama bem fiel do pequeno Fiat. O acabamento é razoável, mesmo sendo materiais simples os utilizados e, como sempre nos carros mais econômicos, há muito plástico duro. Mas no Sporting há disfarces como a "pele" que imita fibra de carbono recobrindo parte do painel, assim como os elementos coloridos no volante e nas laterais. Bom o banco, com apoio lombar adequado, mas a altura regulável do assento deveria ser de série.

Ao rodar, nota-se o bom resultado da adoção de coxins hidráulicos: o motor parece suave, com vibrações contidas, embora na versão Attractive avaliada no ano passado (leia comparativo) esse aspecto tivesse sido bastante criticado. Com torque adequado já em baixas rotações, é relativamente bem disposto mesmo com o ar-condicionado ligado. Quem não se mostrou bem disposto foi o próprio ar-condicionado, que pareceu estar no limite.

Em relação aos outros Unos, o Sporting revela suspensões ligeiramente mais firmes. Ao trafegar em ruas de asfalto ruim, nota-se que o conjunto não transmite em demasia as imperfeições do piso para a cabine, mesmo se dá a esse Uno uma firmeza que contém muito da rolagem da carroceria nas curvas mais animadas. Outro aspecto positivo é que, mesmo um pouco mais baixo e com defletor dianteiro, em nenhum momento o Sporting raspou nos inúmeros desníveis paulistanos, como valetas e lombadas. No entanto, a proposta justificaria o emprego de freios dianteiros  a disco ventilado.

A direção ágil e o câmbio justo, associado a uma embreagem macia, tornam o ato de dirigir agradável e, mesmo se faltam cavalos sob o pé direito, a esportividade transparece pela facilidade com que ele se deixa conduzir. Os citados cavalos podem fazer falta ao enfrentar os subidões paulistanos, que exigem uso frequente do câmbio para dar ao motor a chance de superar os desníveis com a melhor marcha engatada. Ficou faltando uma avaliação em rodovia — até para se constatar o nível de ruído com a quinta marcha mais curta —, mas a proposta do modelo é mesmo urbana em essência.

O Uno Sporting acrescenta o charme de sua decoração esportiva a uma interessante paleta de cores que, segundo a Fiat, é cada vez mais solicitada, uma boa notícia para nossas ruas cinzentas e monótonas. Nesse espírito, as novas cores amarelo Indianápolis, vermelho Modena e laranja Nemo são exclusivas do Sporting e podem ter boa aceitação.

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